PREVALÊNCIA E CONTROLE DO CARACOL GIGANTE AFRICANO (Achatina fulica) NO CÂMPUS I DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Resumo
Os helmintos capazes de acometer o sistema nervoso central são considerados neurotrópicos e comumente associados aos quadros de meningite eosinofílica. Estes helmintos não são parasitas humanos habituais, sendo seu parasitismo classificado como acidental. O parasita Angiostrongylus cantonesis era considerado exótico há alguns anos, mas sua ocorrência recente certamente está ligada a mudanças ambientais geradas pela introdução de um potencial vetor – um molusco trazido da África para servir de alimento humano – o Achatina fulica. O caracol gigante africano é encontrado tanto em áreas urbanas quanto rurais e fica muito próximo das pessoas. O objetivo deste trabalho foi verificar e controlar a presença do molusco exótico Achatina fulica no câmpus I da UEPB. Este foi um estudo transversal e experimental, com coletas de amostras no campo, que foram realizadas entre os meses de agosto de 2019 a junho de 2020. Foram selecionados 20 pontos de coleta que abrangia os arredores dos prédios do Câmpus I da UEPB, por meio de técnicas de geoprocessamento. Dos 20 pontos de coleta, só foi obtido positividade para a presença do caracol nos pontos mais ao sudeste do câmpus que corresponde aos pontos de 1 ao 6 e no ponto 17. Obteve-se um total de 1.674 de exemplares, dos quais 1.032 eram viáveis e 642 não viáveis. A literatura aponta que a melhor ocasião para capturar os moluscos é no crepúsculo e/ou dias nublados e chuvosos, pois é quando saem de seus abrigos em maior número. Sua aniquilação pode ser feita por métodos mecânicos e/ou químicos, sendo estes últimos preferenciais. Como a presença do Achatina fulica está associada ao parasita Angiostrongylus cantonesis e à ocorrência de casos graves de meningite eosinofílica, assim como constitui uma ameaça à biodiversidade por competir com espécies de moluscos locais, o seu controle é de fundamental importância para a saúde pública. O que se recomenda nestes casos é manter uma vigilância sanitária constante, inclusive com a avaliação periódica das condições ambientais, particularmente da higidez do solo, já que o câmpus da UEPB abriga não apenas estudantes e funcionários públicos, mas também serviços de saúde oferecidos a toda a população do município de Campina Grande e cidades circunvizinhas.
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