ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DOS ACIDENTES PROVOCADOS POR ESCORPIÕES NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL (2008-2016)
Resumo
O escorpionismo é um grave problema de saúde pública devido ao elevado número de envenenamentos, os quais aumentam gradativamente ano após ano. A Região Nordeste consolida-se como a região brasileira que mais registra casos e óbitos. Assim, este estudo visa descrever as características clínico-epidemiológicas referentes aos acidentes provocados por escorpiões na Região Nordeste do Brasil. Realizou-se uma análise retrospectiva utilizando-se os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) entre os anos de 2008 a 2016. No período analisado, verificou-se um total de 286.931 acidentes no Nordeste brasileiro, correspondendo a uma média de aproximadamente 30 mil notificações por ano e quase 50% do total de casos no território nacional. As taxas de incidência e mortalidade foram 58,47 e 0,074 por 100.000 habitantes, respectivamente. No Estado de Alagoas foi apontada a maior taxa de incidência, enquanto as taxas de mortalidade e letalidade foram superiores na Bahia. Em maior percentual, os acidentes sucederam-se na zona urbana (67,65%), mais frequentemente em mulheres (57,17%), sendo mais atingidos indivíduos de raça parda (53,04%) e adultos jovens entre 20-29 anos (17,1%). A região do corpo mais atingida foi o pé (26,95%). Em grande parte, os acidentes foram classificados como leves (87,82%), com evolução favorável a cura (91,83%). Notificou-se no total 359 óbitos (taxa de letalidade de 0,13%). A incidência elevada e crescente de acidentes escorpiônicos enfatiza a necessidade cada vez maior de ações educativas e preventivas que visem o controle e retração do escorpionismo na Região.
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