CRIANÇA, AGÊNCIA E MÍDIA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
UM ESTUDO SOBRE O CASO DE AYLAN KURDI
DOI:
https://doi.org/10.29327/2293200.13.2-3Palavras-chave:
Criança, Midia, Aylan KurdiResumo
Este artigo tem como objetivo direcionar um debate sobre a relação entre o papel de agência da criança e da mídia nas Relações Internacionais (RI), à luz do caso de Aylan Kurdi e de seu impacto na comunidade internacional. Assim, discutimos o papel de agência da criança nas Relações Internacionais problematizando a forma como a disciplina o abrange, destacando a invisibilidade e o silênciamento da contribuição empírica e epistemológica da criança como ator para a comunidade internacional nos discursos dominantes de RI. Em seguida, analisamos o poder de agência da mídia para a comunidade internacional. Num terceiro momento, nos debruçamos sobre o caso de Aylan Kurdi, analisando como as repercussões midiáticas de sua imagem possibilitaram a atenção e a mobilização internacional em torno da agenda política sobre a crise de refugiados, principalmente da Síria. Com isto, buscamos problematizar as concepções ideais, totalizantes, ocidentais e adultocentricas de criança, bem como a forma como a mídia proporciona o reconhecimento dessa postura ao possibilitar que atores não-tradicionais expressem suas demandas. Com base nesta análise, buscamos demonstrar que a criança consiste em um ator que exerce capacidade de agência. A metodologia adotada na pesquisa foi de cunho qualitativo, bibliográfico, descritivo, e estudo de caso.
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