A GRANDE IMPRENSA COMO CONTRAPODER EM POLÍTICA EXTERNA: O CASO DA PARTICIPAÇÃO DA VENEZUELA NO MERCOSUL

Autores

  • Leandro Almeida Lima

Palavras-chave:

MERCOSUL, Contrapoder, Venezuela, Análise do Discurso

Resumo

O artigo analisa os posicionamentos editoriais da grande imprensa escrita brasileira, representada pelos jornais de maior circulação diária no Brasil (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo), diante da trajetória da Venezuela no Mercado Comum do Sul, entre 2006 e 2017. A análise tem como fim elucidar em que medida estes veículos atuaram como um agente de contrapoder diante do posicionamento oficial dos governos em dois processos políticos-chave, que foram a adesão venezuelana e, posteriormente, a imposição de sanções contra o país. O artigo se vale de premissas e conceitos-chave da Análise do Discurso Francesa, como o interdiscurso, que dota a linguagem de significado à luz das relações de aliança e conflito que os discursos estabelecem entre si. É sob esta perspectiva que a análise concluiu que “O Estado de S. Paulo” e “O Globo” não impuseram discurso pautado pelo contrapoder, tendo alternativamente se filiado à corrente adepta dos princípios do regionalismo aberto. A “Folha de S. Paulo” apresentou um padrão de posicionamento distinto ao se manter fiel ao regionalismo aberto, ao mesmo tempo em que mobilizou seus elementos para se opor ao governismo, nos momentos analisados da trajetória venezuelana pelo MERCOSUL.

DOI: https://doi.org/10.29327/252935.13.1-7

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Publicado

2022-08-02