A PROLONGADA NEUTRALIDADE ARGENTINA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: UMA PERSPECTIVA DAS CAUSAS MATERIAIS
Palavras-chave:
Argentina, Neutralidade, Segunda Guerra Mundial, Política ExternaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar as motivações materiais que justificaram a manutenção da política de neutralidade do Estado argentino durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, as relações conflituosas entre Argentina e Estados Unidos são essenciais para compreender o modo como o país sulamericano reagiu às contínuas pressões realizadas pelos EUA desde o ataque a Pearl Harbor, quando os Estados Unidos declararam guerra ao Eixo e desde então orquestraram o evento em uma retórica de PanAmericanismo, em grande parte imbuído pelo projeto hegemônico estadunidense para a região das Américas. Além de uma reação a este projeto perpetrado pelo governo dos Estados Unidos, os elementos internos são essenciais para abordar a decisão de neutralidade, especificamente a tradicional diplomacia argentina em relação a conflitos europeus, e as agendas debatidas na Argentina por movimentos sociais durante a Primeira Guerra Mundial e a Guerra Civil Espanhola, questões que emergiram novamente na Segunda Guerra Mundial. A partir dessas abordagens acerca das razões para a neutralidade argentina — internas e externas —, este texto pretende colaborar, por meio de uma revisão bibliográfica, com uma análise que emprega perspectivas de diferentes atores e seus interesses materiais.
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