POLÍTICA EXTERNA FEMINISTA? UMA ANÁLISE SOBRE A GESTÃO DE MARGOT WALLSTRÖM NO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA SUÉCIA
Palavras-chave:
Feminismo, Direitos Humanos, Política Externa, SuéciaResumo
É possível, de fato, estruturar uma política externa feminista? As perspectivas de gênero influenciaram o processo de formulação de políticas públicas globais, especialmente com a estratégia de gender mainstreaming das Nações Unidas, que começou a ser paulatinamente incorporada por alguns Estados. À vanguarda, desde 2014, a Suécia adotou as perspectivas de gênero para compor sua política externa. Assim, por meio de um estudo exploratório e descritivo, esta pesquisa analisa a gestão de Margot Wallström no Ministério das Relações Exteriores da Suécia, de modo a identificar suas principais características e descrever o processo de implementação de uma agenda feminista. A hipótese descritiva articula que a presença das mulheres em posições de poder auxilia na propositura de uma agenda feminista. Esta pesquisa se justifica pela importância de compreender a inserção dos feminismos nas Relações Internacionais e na dimensão empírica da política internacional. Por meio da descrição, identificou-se que o gender framework do caso sueco estabeleceu uma mudança de policy. Dos resultados parciais, observa-se que a gestão Margot Wallström representa um avanço e pode ser identificada como o primeiro case de política externa a adotar uma agenda fundamentada em análises de gênero e em abordagens feministas.
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