O DILEMA DA NATUREZA DAS REDES SOCIAIS

EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO COM ATIVIDADE EDITORIAL OU PRAÇA PÚBLICA DA ATUALIDADE?

Autores

  • Lucila Vilhena UEPB

Palavras-chave:

Regulação da Internet, Discurso de ódio, Redes sociais

Resumo

Com o advento das redes sociais, muito se discutiu sobre o seu papel revolucionário nas comunicações humanas. Estas plataformas surgiram com o intuito de servirem como um ambiente de liberdade onde qualquer pessoa poderia expor todo tipo de ideia, desde que observados alguns limites determinados por suas políticas internas. Neste sentido, essas grandes redes sociais já foram consideradas a praça pública dos nossos dias, contudo, como era de se esperar de um ambiente livre de regulação, ao passo em que este trouxe maior acesso à informação, trouxe, também, abuso de direitos fundamentais. Neste cenário, assistimos à uma conduta proativa por parte das redes sociais no sentido de manter o seu ambiente menos tóxico e, para isso, cada vez mais elas têm removido conteúdo tido como odioso ou falso, o que configuraria conduta editorial. É neste aspecto que propomos a discussão sobre a natureza das redes sociais e a sua respectiva legislação de regência, pois, conforme notamos, essas empresas encontram-se num limbo jurídico onde gozam dos benefícios da exclusão de responsabilidade pelos conteúdos publicados, mas não precisam submeter-se à prática regulatória de sua atividade econômica, tal qual qualquer outra empresa de comunicação tradicional.  

Referências

ABDO, Alex (2018). Facebook is shaping public discourse. We need to understand how, publicado em The Guardian (https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/sep/15/facebook-twitter-social-media-public-discourse). Disponibilidade: 15/09/2018.

ALCÁCER GUIRAO, Rafael (2015). Víctimas y dissidentes. El “discurso del odio” em EE.UU y Europa. Revista Española de Derecho Constitucional, 103: 45-86.

ASWAD, Evelyn Mary (2018). The Future of Freedom of Expression Online. Duke Law and Technology Review, 17: 20-70.

BLANCO DE MORAIS, Carlos (2018). Redes sociais vs. Media profissional: “Vídeo, mentiras e hate speech”, publicado em Público (https://www.publico.pt/2018/12/08/sociedade/opiniao/redes-sociais-vs-media-profissional-video-mentiras-hate-speech-1853221#gs.OHjL1uEZ). Disponibilidade: 8/12/2018.

BROMWICH, Jonah Engel (2018). YouTube Cracks Down on Far-Right Videos as Conspiracy Theories Spread, publicado em The New York Times (https://www.nytimes.com/2018/03/03/technology/youtube-right-wing-channels.html). Disponibilidade: 3/3/2018.

BUESO, Laura Díez, Ed. (2017) Los Límites de la Creación Artística em Estados Unidos y Europa: Entre la expresión y el discurso del ódio. Valencia : Tirant lo Blanch.

ESPAÑA. Ministério del Interior (2019). Informe 2018 sobre la evolución de “los delitos de ódio” em España, publicado em (http://www.interior.gob.es/documents/642012/3479677/informe+2018/ab86b6d9-090b-465b-bd14-cfcafccdfebc). Disponibilidade: 29/6/2020.

FRANCO, Shirley (2021). Pandemia de Covid-19 e Infodemia: Desafios Contemporâneos. Aula Magna do Período Letivo 2020.2, CCBSA-UEPB, João Pessoa, fevereiro. Palestra.

GERMAN LAW ARCHIVE (2017). Network Enforcement Act (Netzdurchsetzunggesetz, NetzDG), publicado em (https://germanlawarchive.iuscomp.org/?p=1245). Disponibilidade: 24/2/2021.

MACHADO, Jónatas, Ed. (2002) Liberdade de Expressão: Dimensões constitucionais da esfera pública no sistema social. Coimbra : Coimbra Editora.

MAZZUOLI, Valerio, Ed. (2010) Curso de Direito Internacional Público. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais.

MELO, João Ozorio de (2018). EUA aprovam primeira lei de permite processar sites de prostituição, publicado em Consultor Jurídico (https://www.conjur.com.br/2018-mar-24/eua-aprovam-primeira-lei-permite-processar-sites-prostituicao). Disponibilidade: 24/3/2018.

MIRANDA, Jorge, Ed. (2014). Manual de Direito Constitucional – Volume II. Coimbra : Coimbra Editora.

PARK, Melo (2018). How social-media platforms dispense justice. Publicado em The Economist (https://www.economist.com/business/2018/09/08/how-social-media-platforms-dispense-justice?cid1=cust/ednew/n/bl/n/2018/09/6n/owned/n/n/nwl/n/n/LA/149526/n). Disponibilidade: 6/9/2018.

SUPREME COURT OH THE UNNITED STATES (2017). Packingham v. Carolina do Norte. 137 S. Ct. 1730, 1737 (2017).

__________________ (2019). Manhattan Community Access Corp. v. Halleck 17-1702, 587 U.S. ___ (2019).

UNIÃO EUROPEIA. Comissão (2016). Code of conduct on countering illegal hate speech online, publicado em (http://ec.europa.eu/justice/fundamental-rights/files/hate_speech_code_of_conduct_en.pdf). Disponibilidade: 31/5/2016.

______________________ (2019). Comunicado de imprensa: Combate à incitação ilegal ao ódio em linha – Código de conduta da EU garante uma resposta rápida, publicado em (http://europa.eu/rapid/press-release_IP-19-805_pt.htm). Disponibilidade: 4/2/2019.

______________________ (2019). How the Code of Conduct helped countering illegal hate speech online, publicado em (https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/hatespeech_infographic3_web.pdf). Disponibilidade: 23/2/2021.

______________________ Conselho (2008). Decisão-Quadro relativa à luta contra certas formas e manifestações de racismo e xenofobia, doc. 2008/913/JAI, novembro.

UNITED NATIONS. Human Rights Council (2019). Report of the Special Rapporteur on the promotion and protection of the freedom of opinion and expression, doc. A/74/486, Junho.

__________________. Human Rights Council (2013). Report of the United Nations High commissioner for Human Rights on the expert workshops on the prohibition of incitement to national, racial or religious hatred, doc. A/HRC/22/17/Add.4, Dezembro.

__________________. Human Rights Council (2019). Report of the Special Rapporteur on the promotion and protection of the freedom of opinion and expression, doc. A/74/486, Dezembro.

UNITED STATES OF AMERICA. White House (2020). Executive Order on Preventing Online Censorship, doc. 13925, Maio.

__________________. CONGRESS (1995). Communications Decency Act of 1995. 104th Congress (1995-1996), doc. S.314.

WECHAT (2015). Acceptable Use Policy, pubicado em WeChat (https://www.wechat.com/en/acceptable_use_policy.html). Disponibilidade: 23/2/2021.

WEINSTEIN, James (2009). An Overview of American Free Speech Doctrine and its Application to Extreme Speech. In: HARE, Ivan; WEINSTEIN, James (eds.). Extreme Speech and Democracy. Oxford : Oxford University Press, 81-91.

Downloads

Publicado

2023-07-05

Edição

Seção

Artigos