NO MORE RWANDAS: a importância do genocídio ruandês para o processo de institucionalização das intervenções humanitárias
Palavras-chave:
Intervenções Humanitárias, Processo de Institucionalização, Genocídio em Ruanda, Responsabilidade de ProtegerResumo
Este artigo tem como intuito avaliar o papel do genocídio ruandês no processo de institucionalização de uma norma de intervenção humanitária no seio da ONU. Primeiramente, por meio de fontes secundárias, ele trata da ascensão do uso da força para a proteção dos direitos humanos no pós-Guerra Fria, dando ênfase ao caso particular de Ruanda e suas nuanças. Em seguida, por meio de um levantamento empírico de documentos, busca-se demonstrar como o genocídio esteve presente nos documentos onusianos que trataram da ideia de relativização dos princípios da soberania e não-intervenção em nome da proteção dos direitos humanos. Ao final, como resultado, é possível perceber o efeito moral que o genocídio naquele país africano vem tendo sobre a emergência normativa das intervenções humanitárias.
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