COOPERAÇÃO EDUCACIONAL INTERNACIONAL BRASIL/ÁFRICA: DO PROGRAMA ESTUDANTES-CONVÊNIO DE GRADUAÇÃO (PEC-G) À UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA (UNILAB)
Palavras-chave:
PEC-G, UNILAB, Cooperação Internacional EducacionalResumo
O protagonismo pacífico que vem orientando a política externa brasileira se apoia em grande medida na adesão e na construção de uma agenda positiva nas relações internacionais, envolvendo múltiplas dimensões e atores. Desde o governo Lula da Silva (2003-2010), a cooperação educacional internacional ganha destaque, em particular no que se refere aos países africanos. Entre as ações implementadas pelo governo brasileiro estão o fortalecimento do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). É destas iniciativas que este artigo trata, tendo como objetivo geral uma breve análise histórica e política da cooperação educacional internacional entre Brasil e os países africanos, contemplando ambas as experiências. A pesquisa aponta para um entendimento de que as ações governamentais estabelecidas a partir da lógica da cooperação para o desenvolvimento e da cooperação internacional propriamente dita, como é o caso do PEC-G e da UNILAB, se por um lado reforçam o soft-power brasileiro junto ao Sul global, por outro correspondem a ações concretas de estreitamento de laços políticos e sociais entre os países da CPLP. Para isso, apoiou-se em dados coletados em sites oficiais do governo brasileiro e em bibliografia pertinente ao tema.
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