A REVOLTA DA ARMADA, A REVOLUÇÃO FEDERALISTA E AS RELAÇÕES BRASIL-PORTUGAL
Palavras-chave:
Brasil, Portugal, Revolta da Armada, Revolução Federalista, Política externa brasileiraResumo
O presente artigo tem como objetivo apontar as influências da intervenção estrangeira sobre a Revolta da Armada e a Revolução Federalista entre 1893-1895 e verificar os impactos dessas ações nas relações entre Brasil e Portugal. Procurou-se testar a tese, comum na historiografia, de que o rompimento das relações diplomáticas entre Lisboa e Rio de Janeiro teria sido decorrente da intransigência de Floriano Peixoto. Para realizar o process tracing, a pesquisa baseou-se em fontes primárias e em fundamentação bibliográfica, com vistas a avaliar quais eram os constrangimentos materiais e diplomáticos impostos ao Brasil durante a guerra civil. A apresentação das ações e dos interesses de Portugal possibilitou apontar as principais diferenças de perspectivas e objetivos entre Lisboa e o Rio de Janeiro no contexto em análise, auxiliando a melhor compreender como o desenvolvimento dos fatos levou ao desgaste diplomático que resultou no rompimento de relações. Como resultado, foi possível demonstrar que as principais causas do rompimento em questão decorreram das
ações conjuntas dos diferentes atores envolvidos nos conflitos, não sendo simplesmente resultado de idiossincrasias do chefe do Executivo à época.
Referências
ABRANCHES, Dunshee de. (1914). A Revolta da Armada e a revolução rio
grandense: correspondência entre Saldanha da Gama e Silveira Martins. Rio de
Janeiro: M Abranches.
ARIAS NETO, José Miguel (1995). A Marinha e o fim da monarquia: notas de
pesquisa. Militares e Política, 5 (jul.-dez. 2009): 28-46, publicado em
[http://www.lemp.historia.ufrj.br/revista/ante/Militares_e_Politica_LEMP_n_05.pdf#
page=28]. Disponibilidade: 15/01/2016.
______. (2006). A Revolta da Armada de 1893: um ‘fato’ construído. In JANOTTI,
Maria de Lourdes Monaco; OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles; PRADO, Maria
Lígia Coelho (orgs.). A história na política, a política na história. São Paulo:
Alameda, 133-77.
BRASIL. (1890 a 1993). Mensagem Presidencial, publicado em [http://wwwapps.crl.edu/brazil/presidential]. Disponibilidade: 15/06/2015.
BRASIL. (1890 a 1960). Ministério das Relações Exteriores. Relatório apresentado
ao Presidente da República pelo ministro de Estado das Relações Exteriores. Rio
de Janeiro: Imprensa Nacional, publicado em [http://wwwapps.crl.edu/brazil/ministerial/relaçoes_exteriores]. Disponibilidade: 15/06/2015.
BRASIL. MRE. Escritório Regional. Missão diplomática brasileira em
Washington. Telegramas Expedidos: 1893-1896 (233/4/11). Rio de Janeiro.
BUENO, Clodoaldo (1995). A República e sua política exterior: 1889 a 1902. São
Paulo: Ed. Unesp.
CAMPOS, Pedro Dias (1913). A Revolta de 6 de setembro: esboço histórico. Paris/
Lisboa: Aillaud, Alves & Cia.
CARONE, Edgard (1972). A República Velha – instituições e classes sociais. 2ª ed.
São Paulo/ Rio de Janeiro: DIFEL.
______. (1974a) A Primeira República: 1889-1930. 2ª ed. São Paulo: DIFEL.
______. (1974b) A República Velha – evolução política. 2ª ed. São Paulo/ Rio de
Janeiro: DIFEL.
CARVALHO, José Murilo (1977). As forças armadas na Primeira República: o poder
desestabilizador. In FAUSTO, Boris (org.). História Geral da Civilização
Brasileira. Rio de Janeiro/São Paulo: DIFEL, tomo III, vol. 2, 181-234.
______. (2006). Cidadania no Brasil: o longo caminho. 8ª ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira.
CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo (1994). História da Política Exterior do
Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
COSTA, Sergio Correa da (1979). A Diplomacia do marechal: Intervenção
estrangeira na Revolta da Armada. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro.
DEAN, Warren (2006). A industrialização durante a República Velha. In FAUSTO,
Boris (org). História Geral da Civilização Brasileira. O Brasil Republicano:
estrutura de poder e economia (1889-1930). São Paulo: Bertrand Brasil, v. 8, tomo III,
-313.
FAUSTO, Boris (2008). História do Brasil. 13ª Ed. São Paulo: EDUSP.
FLORES, Elio Chaves (2008). A consolidação da República: rebeliões de ordem e
progresso. In FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de A. N. (orgs.). O Brasil
republicano. O tempo do nacional-estatismo: do início da década de 1930 ao apogeu
do Estado Novo. 3a Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 45-88.
FRANCO, Gustavo H. B. (1992). A primeira década republicana. In ABREU,
Marcelo de Paiva (org.). A ordem do progresso: cem anos de política econômica
republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: Campus.
FREIRE, Felisbelo (1982). História da Revolta de 6 de Setembro de 1893. Brasília:
Editora Universidade de Brasília.
FURTADO, Celso (2000). Formação econômica do Brasil. 27ª Ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional/ Publifolha.
GILPIN, Robert (2002). A economia política das relações internacionais. Brasília:
Editora Universidade de Brasília.
IGLESIAS, Francisco (1993). Trajetória política do Brasil: 1500-1964. São Paulo:
Companhia das Letras.
JANOTTI, Maria de Lourdes Monaco (1999). Sociedade e política na Primeira
República. São Paulo: Atual.
LINHARES, Maria Yedda (Org). (1990). História geral do Brasil. 9ª Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier.
MCCANN, Frank D. (2007). Soldados da pátria: A história do Exército Brasileiro –
/1937. Rio de Janeiro: Cia das Letras.
MARTINS, Hélio Leôncio (1997). A Revolta da Armada. Rio de Janeiro: Biblioteca
do Exército.
MOTA, Carlos Guilherme (Org). (1977). Brasil em perspectiva. Rio de Janeiro/ São
Paulo: DIFEL.
NABUCO, Joaquim (2010). A intervenção estrangeira durante a Revolta de 1893.
Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial.
NIETO-NAVIA, Rafael (2003). International peremptory norms (jus cogens) and
international humanitarian Law. In VORHAH, Lal Chand (org.) Man’ Inhumanity to
Man Essay of International Law in Honor of Antonion Cassese, publicado em
[http://www.iccnow.org/documents/WritingColombiaEng.pdf]. Disponibilidade:
/01/2016.
REVERBEL, Carlos (1985). Maragatos e Pica-Paus: guerra civil e degola no Rio
Grande. São Paulo: L&PM.
RODRIGUES, José Honório; SEITENFUS, Ricardo A. S. (1995). Uma história
diplomática do Brasil, 1531-1945. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
SANTOS, Luís Cláudio Villafañe G. (2004). O Brasil entre a América e a Europa.
São Paulo: Editora UNESP.
SHAW, Malcolm N. (2003). International Law. 5ª ed. Cambridge: Cambridge
University Press.
SODRÉ, Nelson Werneck (1979). A História Militar do Brasil. Rio de Janeiro:
Editora Civilização Brasileira.
SOUZA, Maria do Carmo Campello de (2001). O processo político-partidário na
Primeira República. In MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. Rio
de Janeiro, Bertrand Brasil, 162-226.
TOPIK, Steven C. (2009). Comércio e Canhoneiras: Brasil e Estados Unidos na Era
dos Impérios (1889-97). São Paulo: Companhia das Letras.
VILLALBA, Epaminondas (1897a). Revolta da Armada de 6 de setembro de 1893.
ed. Rio de Janeiro: Laemmert.
______. (1897b). A Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro/
São Paulo/ Recife: Laemmert & Cia.