OS SABERES (ETNO)MATEMÁTICOS PODEM CONTRIBUIR NA EDUCAÇÃO DO CAMPO?
Resumo
O presente artigo discute e analisa a cultura matemática no habitat das crianças das comunidades
situadas ao redor da Reta Tabajara, município de Macaíba/RN, ao propor a construção de uma horta como
prática pedagógica para o ensino-aprendizagem da matemática do ensino fundamental II. O objetivo
principal foi conectar as concepções da Etnomatemática com a Educação do Campo como um potencial
pedagógico para a aprendizagem dos conteúdos matemáticos e da construção de novos conhecimentos,
pois ambos defendem dentro de suas concepções, a construção da identidade camponesa associada a
um projeto educativo que garanta o acesso de todos à educação, possibilitando que os indivíduos se
sintam pertencentes à sociedade e ao mundo o qual estão inseridos. Para a elaboração do presente texto,
contou-se com registros da experiência, tais como, observações, fotos, depoimentos e entrevistas com
os participantes. Como suportes teóricos foram utilizados pensadores da área de educação matemática,
mais especificamente, da Etnomatemática e da Educação do Campo, a qual possibilita uma visão crítica
da realidade e a utilização de instrumentos de natureza matemática. Foi possível trabalhar no laboratório
vivo - a horta, por meio de um projeto, abordando vários conteúdos, tais como, em geometria, medidas
de área, perímetro, figuras geométricas. Por fim, refletimos que para que esse projeto pudesse respeitar
e dialogar com a proposta da Etnomatemática atrelada a educação do campo foi necessário ampliar os
conhecimentos dos docentes bem como a discussão no campo escolar de quais são as suas perspectivas
e crenças relativas à educação que se aplica nesse espaço.
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