Maldito Moya: literatura latino-americana em Asco, de Castellanos Moya

Autores

  • Nícollas Cayann Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Juliana Prestes de Oliveira Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Palavras-chave:

Horacio Castellanos Moya, Asco, Autores malditos, América Latina

Resumo

Com base nos conceitos de autor maldito de Claudio Willer (2013) e de João Pedro George (2013), este artigo examina a escrita de Horacio Castellanos Moya na novela Asco: Thomas Bernhard em San Salvador (2013). Objetiva-se, primeiro, alocar Castellanos Moya como um autor maldito contemporâneo, e como ligar tal obra a essa questão, promovendo um deslocamento geográfico e temporal da categoria de autor maldito através das variantes originalidade, marginalização e a questão do nacional; e segundo, debater sobre o espaço literário da América Latina em relação ao que tange questionar o que significa existir literariamente, tomando como base teórica uma revisão do tradicional repertório de perguntas que guiam os Estudos Literários, utilizando autores como Jonathan Culler (1999) e Terry Eagleton (1985). A pesquisa objetiva incitar o debate das identidades latino-americanas e do poder da literatura como narrativa de mundo, pensando a questão de relação do sujeito com seu país.

 

Abstract: Grounded in Claudio Willer’s (2013) and João Pedro George’s (2013) concepts of accursed author, this article analyzes Horacio Castellanos Moya’s writing in Asco: Thomas Bernhard em San Salvador (2013). The goals are to place Castellanos Moya as a contemporary and how to connect the work to that point,  accursed author while mobilizing geographically and temporally the category of accursed author through the variables originality, marginalization and the national issue; and the aim is to discuss Latin America’s scope in the matters of challenging what means to exist literally, taking as theoretical base the traditional query repertoire that usually guides the Literary Studies, thus using authors as Jonathan Culler (1999) and Terry Eagleton (1985). The article also aims to discuss identities in Latin America and also the power of literature as a world narrative and thinking about the subject's relationship with his country.

Referências

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel de. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 2007.

BETHELL, Leslie. O Brasil e a ideia de “América Latina” em perspectiva histórica. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 22, n. 44, p. 289-321, jul./dez. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/eh/v22n44/v22n44a01.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2018.

CANCLINI, Néstor García. “Quanto ou como se lê”. In: CANCLINI, Néstor García. O mundo inteiro como lugar estranho. Tradução de Larissa Fostinone Locoselli. São Paulo: EdUSP, 2016a. 27-35.

CANCLINI, Néstor García. Por que existe a literatura e não o nada. In: CANCLINI, Néstor García. O mundo inteiro como lugar estranho. Tradução de Larissa Fostinone Locoselli. São Paulo: EdUSP, 2016b. 83-98.

COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG, 1999.

COSTA, Daniel. François Villon, um poeta maldito? A balada dos enforcados como um modelo poético de Rimbaud, Pound e Augusto de Campos. Estação Literária, Londrina, v. 12, p. 70-85, 2014. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas//uel/index.php/estacaoliteraria/article/view/26142/18952>. Acesso em: 25 jun. 2018.

CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma introdução. Tradução de Sandra Vasconcelos. São Paulo: Becca, 1999.

DARDE, Augusto. Rester vivant, de Michel Houellebecq: uma atualização do poeta maldito. Non plus, São Paulo, n. 9, p. 103-123, 2016. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/nonplus/article/view/109167/121913>. Acesso em: 25 jun. 2018.

EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Tradução de Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

EL SALVADOR. Acuerdos de Chapultepec. Ciudad de México, 1991. Disponível em: <https://archivos.juridicas.unam.mx/www/bjv/libros/4/1575/23.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018.

GEORGE, João Pedro. O que é um escritor maldito? Estudo de sociologia da literatura. Lisboa: Verbo, 2013.

LUNARDI, Adriana. A Happy Hour de Moya. In: MOYA, Horacio Castellanos. Asco: Thomas Bernhard em San Salvador. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. p. 106-111.

MATIJASCIC, Vanessa Braga. El Salvador: da guerra civil às reformas institucionais dos anos 1990. 2014. 291 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2014. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/126319>. Acesso em: 22 jun. 2018.

MIGNOLO, Walter. Novas reflexões sobre “a ideia de América Latina”: a direita, a esquerda e a opção decolonial. Caderno CRH, Salvador, v. 21, n. 53, p. 239-252, maio/ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v21n53/a04v21n53.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2018.

MIGNOLO, Walter. La idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Gedisa Editorial, 2005.

MOYA, Horacio Castellanos. Asco: Thomas Bernhard em San Salvador. Tradução de Antônio Xerxenesky. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.

PINTO, Júlio. A leitura e seus lugares. 1. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

PRATT, Marie Louise. Imperial Eyes: Travel Writing and Transculturation. New York: Routledge, 2007.

RIMBAUD, Arthur. Prosa Poética. Tradução de Ivo Barros. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998.

RODRIGUES, Nelson. À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

RUSHDIE, Salman. The Satanic Verses. Londres: Viking Press, 1989.

SACCHETTO, Maria. Considerações sobre O náufrago, de Thomas Bernhard. CES Revista, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 209-216, 2011. Disponível em: <https://seer.cesjf.br/index.php/cesRevista/article/view/649/0>. Acesso em: 25 jun. 2018.

SILVA, Antônio Márcio da. Lima Barreto: uma releitura da obra do autor sob a ótica pós-colonial. Revista de Letras UNESP, São Paulo, v. 54, n. 1, p. 51-70, 2014. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/letras/article/view/6624>. Acesso em: 26 jun. 2018.

VERAS, Eduardo Horta Nassif. A encenação tediosa do imoral pecado: Baudelaire e o mito da queda. 2013. 249 f. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP-95QJHS/1/tese_eduardo_nassif.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2018.

VERLAINE, Paul. Les poètes maudits. Paris: Léon Vannier, 1888.

WILLER, Claudio. Os poetas malditos: de Nerval e Baudelaire a Piva. Eutomia, Recife, n. 11, p. 129-147, 2013. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/article/view/244/0>. Acesso em: 25 jun. 2018.

Downloads

Publicado

2022-07-20

Como Citar

Cayann, N., & Prestes de Oliveira, J. (2022). Maldito Moya: literatura latino-americana em Asco, de Castellanos Moya. SOCIOPOÉTICA, 1(24), 27–37. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/SOCIOPOETICA/article/view/1656

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)