Desterritorização melancólica
Uma leitura do personagem Kaushik em Terra descansada, de Jhumpa Lahiri
Palavras-chave:
Melancolia; Nostalgia; Diáspora; Kaushik.Resumo
Resumo: Das considerações sobre melancolia nos escritos de Aristóteles (340 a.C.) à Teoria Humoral de Hipócrates, até os conceitos de psicologia de Sigmund Freud (1917), o artigo pretende fazer uma leitura da melancolia no personagem Kaushik de Terra Descansada, de Jhumpa Lahiri através de seus dilemas de não-pertencimento e sua incapacidade de construir raízes em alguma pátria, discutindo também suas manifestações de nostalgia. Nossa teoria é articulada por Sigmund Freud (1917), Moacyr Scliar (2008/09), Chico Viana (2013), os quais conceituam a manifestação da melancolia. Stuart Hall (2006), Fernando Custódio (2013), Srjoni Rahman (2017), ajudam no diálogo a respeito dos embates culturais e da ruptura da identidade nativa do personagem nos contos. Chevalier & Gheerbrant (2009) e Bachelard (1997), apresentam simbolismo sobre a água presente nas narrativas.
Abstract: From Aristoteles’ writings (340 a. C.) to Hippocrates’ humoral theory, to the Sigmund Freud’s psychological concepts (1917), the melancholy was understood, discussed and defended as sickness and symptoms in which the sick person presented several characteristics as sadness, somnolence, loneliness, prostration, jealousy, etc. Taking in consideration all that, this work aims to do a reading of the melancholy of the character Kaushik using from Jhumpa Lahiri’s Terra Descansada, through his dilemmas of not belonging and his incapacity of building up roots in any country, taking also in consideration his manifestations of nostalgy which are entirely related to the character’s difficulty to overcome the grief caused by his mother’s death, Parul Di. Concerning our theorical basis, we use Sigmund Freud (1917), Moacyr Scliar (2008/09), and Chico Viana (2013), to conceptualize and discuss about the history of melancholy; furthermore, we use authors as Stuart Hall (2006), Fernando Custódio (2013) and Srjoni Rahman (2017), to dialogue about the cultural struggles and the break with the native identity of the character on the narratives.
Resumen: De los escritos de Aristóteles (340 a. C.) a la Teoría Humoral de Hipócrates, hasta los conceptos de psicología de Sigmund Freud (1917), la melancolia fue vista, discutida y defendida como enfermedad y síntomas en los cuales los enfermos presentaban inúmeras características, tales como tristeza, somnolencia, soledad, abatimiento, celos, etc. A partir de esas consideraciones, el presente artículo tiene el objetivo de hacer una lectura de la melancolia del personaje Kaushik a través de sus dilemas de no pertenencia y de su incapacidad de construir raíces, dando enfoque también a sus manifestaciones de nostalgia, las cuales están completamente relacionadas con la dificultad del personaje de superar el duelo por la muerte de su madre, Parul Di. En lo que se refiere a nuestro aporte teórico, apelamos a Sigmund Freud (1917), Moacyr Scliar (2008/09) y Chico Viana (2013) para conceptualizar y discutir la historia de la melancolia. Además, también dialogamos con autores como Stuart Hall (2006), Fernando Custódio (2013) y Srjoni Rahman (2017), para tratar de los embates culturales y de la ruptura de identidad nativa del personaje en los cuentos.
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