O Papel da arquitetura da informação na produção de sentidos pela abordagem sense-making
Palavras-chave:
Arquitetura da informação, Necessidades informacionais, Produção de sentidos, Sense-MakingResumo
O processo de produção de sentidos é vivido pelo indivíduo a partir de necessidades informacionais e tem a intenção de preencher lacunas de informação e permitir que o sujeito continue suas atividades. Esse processo tem gerado muitos estudos na Ciência da Informação, que objetivam contribuir para melhoria dos fluxos informacionais. O objetivo é identificar relações entre os estudos da abordagem Sense-Making e o campo da Arquitetura da Informação e, assim, contribuir para a construção de processos de produção de sentidos mais eficazes e eficientes. Verificou-se que a Arquitetura da Informação e o Sense-Making atuam sob um mesmo fundamento, que corresponde à compreensão, avaliação e construção de pontes como forma de superar lacunas informacionais. Ambos buscam o aprimoramento dos processos comunicacionais diante a valorização dos fatores contextuais e da participação ativa dos indivíduos. A abordagem de Dervin (1983) apresenta três elementos de identificação: situação, lacuna e uso, enquanto a Arquitetura da Informação explora espaços que integram contextos, conteúdos e usuários. Conclui-se que há grande quantidade de estudos de Arquitetura da Informação voltados especificamente para a web e defende-se a necessidade de uma Arquitetura da Informação mais ampla, que contribua para a construção de ambientes informacionais em espaços diversos, para que esta área receba maior reconhecimento na Ciência da Informação. A partir disso, observa-se que o Sense-Making pode contribuir para o processo de construção de ambientes informacionais, uma vez que as duas linhas de estudos pretendem facilitar ou mediar os processos de produção de sentido. Acredita-se que, pela associação das duas abordagens correlacionadas nesta pesquisa, é possível obter melhores resultados neste processo de busca pela informação e de atendimento às necessidades informacionais dos usuários. Nota-se, por fim, uma semelhança de estrutura triádica de elementos proposta pelas duas abordagens, lógica que favorece a observação e a descrição de modelos.
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