Para quem e o que informamos? O Estado Novo, Natal e as informações cotidianas no jornal “A República” (1941-1942)

Autores

  • Fernanda Carla da Silva Costa Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Luciana Moreira Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Palavras-chave:

Informação cotidiana. Jornal A República – Natal, Segunda Guerra Mundial

Resumo

Objetiva identificar a informação cotidiana na cidade de Natal através da análise das informações que circulavam no jornal A República entre os anos de 1941 e 1942. Para tanto, as informações coletadas do jornal foram categorizadas, construindo assim, um mapa conceitual através da tipologia selecionada. A hipótese é que há um aumento de novos tipos de informação no jornal, mesmo supondo que passasse por um processo de silenciamento devido à censura do governo. Como metodologia, utilizamos a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, feita no Jornal A República, que se encontra no arquivo Público do Estado do Rio Grande do Norte. Em seguida, a houve a criação de um corpus destes jornais, como forma de criar uma amostragem de documentos periódicos. Desta maneira, foi utilizada a metodologia da semana artificial, que como método, possibilita a criação de datações para análise de corpus periódico. Por fim, com a análise de conteúdo, os resultados obtidos foram traçados por meio de mapas conceituais, mostrando as modificações na maneira de informar em detrimento da estrutura do Estado Novo. Com a representação da informação por meio dos mapas conceituais, fica clara a interligação das informações gerais às mais específicas, criadas e divididas pelo jornal. Pode-se considerar que a maneira de informar, tem todos os seus moldes dados pelo governo, suas mudanças e alterações são reflexos do silenciamento e censura a qual o jornal é submetido. Além de ter uma delimitação do seu público e de quem é considerado parte de uma sociedade natalense da época, a informação cotidiana, pensada a partir de uma das principais fontes de informação da cidade, tem sua estrutura moldada e imposta pelo regime estado novista, que usa do silenciamento em todos os meios de comunicação.

Biografia do Autor

Fernanda Carla da Silva Costa, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Luciana Moreira Carvalho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Professora associada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Doutora em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais (2013) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto - Portugal. Mestra em Biblioteconomia (1997) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em Inteligência Competitiva (2000) pela UFRN. Graduada em Biblioteconomia (1993) pela UFPB.

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Publicado

2024-11-20

Como Citar

Costa, F. C. da S., & Carvalho, L. M. (2024). Para quem e o que informamos? O Estado Novo, Natal e as informações cotidianas no jornal “A República” (1941-1942). Revista Analisando Em Ciência Da Informação, 5(2), 142–160. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/racin/article/view/3966