O SOM DO CAPITAL:
UMA ANÁLISE SOBRE A MERCADORIA “SONOROMUSICAL”
Palavras-chave:
Exploração do trabalho, Informalidade, Mercadoria “sonoromusical”, Música, Trabalhador musicalResumo
Este trabalho objetiva entender as relações sociais de produção da música enquanto mercadoria em
seu processo de feitura a partir da exploração do trabalhador musical. Tomando por base as reflexões
presentes em O Capital, de Marx, busca-se compreender os valores de uso e de troca da mercadoria
musical, sua equivalência e valor relativo, bem como sua fetichização a partir da abstração das relações
materiais que a concebem. Através da experiência como músico em Campina Grande – PB e da coleta de
relatos de artistas locais, busca-se compreender as dinâmicas sociais que conferem valor à mercadoria
musical a partir das relações de exploração dos músicos e artistas. As conclusões demonstram a
informalidade estrutural no campo da arte, o processo de flexibilização dos cachês pagos convertidos
em couvert, a simplificação das estruturas musicais que permitem a ampliação da reprodutibilidade em
escala industrial. Mais do que uma manifestação das pulsões artísticas humanas, a música entendida
como produto industrializado revela as bases materiais do modo de (re)produção do capital e sua
frenética busca por ampliar-se, atingindo níveis mais altos de acumulação por meio de sua artealização.
Referências
ADORNO, Theodor. O Fetichismo na Música e A Regressão da Audição. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural e Industrial, 1975.
ADORNO, Theodor. & HORKHEIMER, Max. Conceito de Iluminismo. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural e Industrial, 1975.
ANTUNES, Ricardo. O Privilégio da Servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo:
Boitempo, 2018.
BAUDRILLARD, Jean. Para uma Crítica da Economia Política do Signo. Rio de Janeiro: Elfos, 1995.
BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Época de Suas Técnicas de Reprodução. In: Os Pensadores. São Paulo:
Abril Cultural e Industrial, 1975.
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2011.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Versão eletrônica Coletivo Periferia. Disponível em: http://www.
ebooksbrasil.org/adobeebook/socespetaculo.pdf. 2003.
LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jonathan. A Estetização do Mundo: viver na
era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Revista Libertação, Campina Grande, PB, v.1, n.01, p.44-57, ago./dez.2020. 57
MARQUÉZ, Israel V. La Guerra del Volumen: música y escucha em la era
digital. Cuadernos de Información y Comunicación. Vol. 16, pp. 197-217, 2011.
MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Civilização Brasileira, 2004.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
RIVAS, Francisco Tito. Fenomenología política del ruido. Fonoteca Nacional de México, 2015.
SEGNINI, Liliana Rolfsen Petrilli. À procura do trabalho intermitente no campo da música. Revista Estudos de
Sociologia, Araraquara, 16 (30), pp.177-196, 2011.
______. Criação Rima com Precarização: análise do mercado de trabalho artístico no Brasil. Trabalho
apresentado no XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. GT29: Trabalho, precarização e políticas públicas.
Disponível em: http://www.sbsociologia.com.br/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=1196&Itemid=171, 2007. SIMMEL, Georg. A divisão do trabalho como causa da diferenciação
da cultura subjetiva e objetiva. In: Simmel e a modernidade. Brasília: UNB, 1998.
VALENTE, Heloísa. Os Cantos da Voz: entre o ruído e o silêncio. São Paulo – SP: Annablume, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.