Narrativa de fundação e raça na construção do Nordeste no conto “Lua cambará”, de Ronaldo Correia de Brito

Autores

  • Bruno Santos Melo Universidade Estadual da Paraíba
  • Egberto Guillermo Lima Vital Universidade Estadual da Paraíba
  • Tatiane Pereira Fernandes Universidade Estadual da Paraíba

Palavras-chave:

Lua Cambará, Ronaldo Correia de Brito, Nordeste, Narrativa de Fundação, Raça

Resumo

Este artigo consiste na análise do conto “Lua Cambará”, presente na obra Faca, do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito. Diante da narrativa, realizam-se dois movimentos pela leitura proposta: neste primeiro momento, analisa-se como as narrativas de fundação confluem para a construção de um imaginário e de uma cultura estabelecida em ideais políticos que tencionaram a instauração de um poderio burguês e escravocrata, bem como a incidência do mito do bom selvagem, de acordo com Bosi (1992); no segundo momento, analisa-se a tessitura da mulher mestiça em torno das questões de raça e do entrelugar ocupado por ela no espaço da narrativa a partir do processo de construção do Nordeste em um período sócio-histórico marcado pela escravatura. Como embasamento crítico, parte-se das discussões de Albuquerque Júnior (2006) sobre o processo de construção do Nordeste, das reflexões de Bosi (1992) acerca do mito do bom selvagem na perspectiva literária, dentre outros que corroboram as discussões do nosso trabalho.

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

Santos Melo , B., Guillermo Lima Vital , E., & Pereira Fernandes, T. (2022). Narrativa de fundação e raça na construção do Nordeste no conto “Lua cambará”, de Ronaldo Correia de Brito. SOCIOPOÉTICA, 2(24), 1–9. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/SOCIOPOETICA/article/view/3862

Edição

Seção

Artigos