INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DE TABAGISTAS
Abstract
O controle da epidemia do tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde como um dos maiores desafios da saúde pública (Kroeff, 2010). As doenças relacionadas ao tabaco são uma das principais causas de internação hospitalar, e a redução do tabagismo contribui na diminuição da morbidade e mortalidade (Ferreira, 2011). Essas condições geram, entre outros problemas, ônus para os empregadores e sistemas de previdência, decorrentes dos afastamentos laborais dos usuários além de maior demanda de serviços do SUS decorrentes do atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes. O Brasil é um dos países signatários do controle do tabagismo, a Convenção Quadro, primeiro tratado internacional de saúde pública, desenvolvido pela OMS em resposta à expansão da epidemia do tabaco. O tabagismo tem sido considerado como pandemia mundial, assim como um sério problema de saúde pública. Esse status se dá pela droga afetar não apenas a saúde dos fumantes, mas também a dos que com eles convivem, em ambientes poluídos pela fumaça do tabaco. A literatura aponta algumas doenças relacionadas ao hábito de fumar dentre as quais se destacam os problemas cardiovasculares em geral, os diversos tipos de cânceres e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (Torres & Godoy, 2011). O tabagismo enquadra-se como um Transtorno Mental e Comportamental (segundo a Décima Revisão de Classificação Internacional de Doenças – CID 10) não apresentando um nível ou forma segura de exposição à nicotina, proporcionando uma dupla dependência: química e psicológica; e difere de outras drogas pelo percentual de usuários regulares após a iniciação, (no caso, cerca de 90 por cento dos que experimentam o primeiro cigarro), bem como pela regularidade e intensidade do uso da droga (Fargerstrom, 2006). A dependência envolve um conjunto de sete critérios; para diagnóstico, três ou mais dos seguintes devem ocorrer em qualquer momento durante o mesmo período de 12 meses: tolerância; síndrome de abstinência; usar a substância durante um período mais longo de tempo ou em quantidades maiores do que as pretendidas; um desejo persistente ou esforços mal sucedidos de diminuir ou controlar o uso; uma grande quantidade de tempo gasto em atividades para obter, usar ou se recuperar dos efeitos da substância; abandonar ou reduzir importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas devido à substância; continuar o uso apesar de ter problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelo uso da substância (Donovan, 2010). Os benefícios da interrupção do hábito de fumar estão bem estabelecidos. Os ex-fumantes apresentam uma redução do risco de morte e consequente aumento da expectativa de vida, além de redução do risco de câncer, sobretudo de pulmão, de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, e de doenças pulmonares crônicas (Peixoto, 2007). Diante disso, a sugestão de estratégias para promover uma redução no índice de malefícios causados por este mal é muito relevante, e assim sendo, a prevenção e a promoção de ambientes fechados livres de fumo são uma eficiente alternativa para impedir o acesso da população ao cigarro, no entanto também é indispensável o alcance daquelas pessoas que já fazem uso de tabaco e almejam a abstenção, pelo que os grupos de tratamento de tabagismo são fundamentais neste processo. Em geral, fumantes fazem diversas tentativas de abster-se do cigarro. Conhecer os fatores de sucesso e as situações que os levaram à recaída durante as tentativas prévias é essencial, uma vez que nos permite utilizar esses dados no planejamento de uma nova tentativa. Neste contexto, objetiva-se demonstrar o impacto da intervenção farmacêutica durante o tratamento multidisciplinar de tabagistas em Campina Grande, Paraíba, estimulando-os na adoção de estratégias no suporte as adversidades surgidas na abstenção ao cigarro.
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