Avaliação de uma Tecnologia Educacional para a prevenção de violência sexual de jovens mulheres com Deficiência Intelectual

Autores

Palavras-chave:

Deficiência Intelectual, Educação Sexual, Jovens, Tecnologia Educacional, Violência Sexual

Resumo

RESUMO: Introdução: Jovens mulheres com Deficiência Intelectual (DI) têm uma maior probabilidade de sofrerem abuso sexual do que garotas sem deficiência, por serem mais vulneráveis. Muitas são infantilizadas e acabam não recebendo orientações sobre sexualidade. Essa falta de informação as deixa mais expostas a situações de risco, fazendo com que o abusador subestime a vítima, acreditando que ela será descredibilizada por conta da deficiência. Objetivo: Avaliar uma Tecnologia Educacional (TE) com o foco na prevenção do abuso sexual, sob a perspectiva de adolescentes e jovens do sexo feminino com Deficiência Intelectual. Metodologia: Trata-se de um estudo de validação, com abordagem qualitativa, realizado junto a 14 jovens com DI, com informações coletadas a partir de observação participante e não participante. O material educativo é formado por um livro, dois bonecos sexuados, um livreto e vídeo explicativo. Resultados: Após a avaliação e percepção das participantes quanto aos quesitos: objetivo, relevância, eficácia, apresentação, acesso, clareza e interatividade, o material foi considerado validado, tendo em vista que a tecnologia contempla pontos importantes a serem discutidos com jovens com DI e cumpre seu propósito de criação. Conclusão: Observa-se como potencial deste estudo o destaque inovador quanto à percepção do público-alvo sobre o material educativo, considerando a capacidade de autonomia e superação das dificuldades advindas com a Deficiência Intelectual. Ressalta-se a importância de continuar o uso da TE, junto a um número maior de mulheres com DI, para que mais percepções sejam colhidas e se reforce sua efetividade.

Biografia do Autor

Maria Gisele Cavalcanti de Oliveira, Universidade Federal de Pernambuco

Formada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Marina Araújo Rosas, Universidade Federal de Pernambuco

Professora Assistente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento/UFPE (2021). Mestre em Saúde Coletiva pelo Programa Integrado de Pós-Graduação em Saúde Coletiva PPGISC/UFPE (2011). Especialização em Tecnologia Assitiva pela Universidade Católica de Pernambuco/ UNICAP (2008). Graduação em Terapia Ocupacional pela UFPE (2006).

Daniela Tavares Gontijo, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002) , doutorado em Ciências da Saúde pela UnB (2007) e Estágio de Pós-doutoramento em Educação na UFPE (2019). Docente na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no curso de graduação em Terapia Ocupacional. Professora no Programa de Pós Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (PPGSCA-UFPE) . Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Vulnerabilidade e Saúde na Infância e Adolescência (NEPVIAS). Pesquisadora do Laboratório de Estudos da Ocupação Humana e Tecnologias de Participação em Terapia Ocupacional (LEOH). Membro da Cátedra Paulo Freire (UFPE). Atua principalmente nos seguintes temas: Saúde Coletiva, Educação em Saúde, Pedagogia Paulo Freire, Pesquisa Qualitativa, infância, adolescencia e juventude e Terapia Ocupacional .

Juliana Fonseca de Queiroz Marcelino, Universidade Federal de Pernambuco

Possui Graduação em Terapia ocupacional pela Universidade Federal de Pernambuco- UFPE (2000), Mestrado em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco- UNICAP (2005), Especialização em Ergonomia pela UFPE (2008) e Doutorado em Design pela UFPE (2018). Atualmente é Professora Associada da UFPE, vinculada ao Curso de Graduação em Terapia Ocupacional, ao Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde- PRMIS do HC/Ebserh/UFPE (lato sensu) e ao Programa de Pós-graduação em Ergonomia- PPERGO (stricto sensu). Tem experiência na área de Terapia Ocupacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Terapia Ocupacional, Inclusão Escolar, Desempenho Ocupacional de Crianças e Adolescentes, Ergonomia, Tecnologia Assistiva e Saúde da Mulher. Na Gestão, está atuando como vice- coordenadora formadora do PRMIS e como coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional -COREMU/UFPE. Na Pesquisa e Inovação, atualmente coordena um projeto de pesquisa fomentado pela FACEPE, orienta Pibic e Pibitis e atua na mentoria técnica da Startup TEC Inclusiva.

Keise Bastos Gomes da Nóbrega, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora e Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente (UFPE), Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva (NESC/CpqAM), Graduação em Terapia Ocupacional (UFPE). Atualmente é professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pernambuco. Membro do Núcleo de Tecnologia Assistiva (NTA) do CCS/UFPE e Núcleo de Estudos e Pesquisas em Vulnerabilidade e Saúde na Infância e Adolescência (NEPVIAS). Tem experiência na área de Terapia Ocupacional, com ênfase em Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde Mental e Tecnologia Assistiva.

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Publicado

2023-06-05