ASSENTAMENTO ZUMBI DOS PALMARES: HISTÓRICO DE LUTAS PARA A CONQUISTA DA TERRA EM MARI/PB

Autores

  • Francisco Alves Cordeiro Neto Universidade Estadual da Paraíba

Palavras-chave:

Educação do campo; Aprendizagem significativa; Turmas de EJA.

Resumo

Esta pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental
Zumbi dos Palmares, em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos) na cidade de MariPB. Ela discute sobre o processo de ocupação da Fazenda Cafundó, conquista da terra e formação
da comunidade do MST denominada Zumbi dos Palmares, além de desenvolver uma proposta de
temas locais a partir das experiências discente na comunidade, sobre questões ligadas ao preparo
da terra, plantio, colheita dos alimentos e venda destes produtos para o sustento da família. Ainda
foi proposto a discussão dessas temáticas em círculo de cultura para que os discentes
compartilhassem experiências sobre as atividades desenvolvidas na agricultura familiar. Cada
educando contribuiu com as temáticas desenvolvidas em sala de aula, pois os temas tinham como
proposta as atividades locais. Estas práticas desenvolvidas com a turma da EJA possibilitou as
trocas de conhecimentos e experiências adquiridas durante as atividades realizadas na
comunidade. Temos como objetivo geral nesta pesquisa, analisar o trabalho desenvolvido pelos
camponeses a partir da produção de alimentos típicos do Assentamento para serem
comercializados pela cooperativa local e na feira agroecológica da cidade de Mari-PB, como
forma de promover o sustento da família. Os objetivos específicos partem dos seguintes
pressupostos: (re)conhecer o histórico de lutas do Assentamento Zumbi dos Palmares; identificar
as técnicas utilizadas pelos agricultores durante o preparo da terra para o plantio; compreender o
trabalho desenvolvido pelas famílias na agricultura familiar; e reconhecer os principais alimentos
produzidos no Assentamento Zumbi dos Palmares, como forma de valorizar a renda local.
Utilizamos como referencial teórico AUSUBEL (2003), CALDART (2001), CAMACHO (2012),
FREIRE (1996), MOREIRA; CANDAU (2007), OLIVEIRA (2017) e SANTOS (2001) como
forma de subsidiar teoricamente a pesquisa e desenvolver a aprendizagem significativa dos
discentes da EJA na escola do campo. Como metodologia utilizamos os Círculos de diálogos,
entrevistas, conversa informal, apresentação individual e/ou em grupos sobre questões discutidas
durante as aulas próprias do Assentamento. Cada um educando compartilhou suas experiências
durante as apresentações e quando necessários os colegas de turma socializavam outras vivências
cotidianas, havendo sempre a participação durante as aulas. Ficou perceptível a interação entre
todos os envolvidos, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem de forma
significativa e interdisciplinar na escola do campo ligadas aos movimentos sociais.

Referências

AUSUBEL, David P. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva

cognitiva. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Plátano Edições Técnicas, 2003.

CALDART, Roseli Salete. “O MST e a formação dos sem-terra: o movimento social

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CAMACHO, Rodrigo Simão. A educação do campo no paradigma da questão

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0

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Acesso em: 04 fev. 2021.

SANTOS, M. Por uma outra globalização do pensamento único à consciência

universal. Editora Record, Rio de Janeiro / São Paulo, 2001.

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Publicado

2022-02-09