ANGÚSTIA E LIBERDADE EM "A TERCEIRA MARGEM DO RIO"

Autores

Palavras-chave:

Guimarães Rosa. Psicologia Existencial. Sören Kierkegaard. Singularidade. Psicologia clínica.

Resumo

Com o objetivo de abordar um pensamento que se encontra à margem da tendência hegemônica que apreende a existência de modo objetivo, buscamos o tema da angústia, tal como compreendido por Kierkegaard. Para esclarecer, por meio de imagens metafóricas o sentido pelo qual nos referimos a margem, utilizamos o conto de Guimarães Rosa intitulado A terceira margem do rio. Pelas reflexões filosóficas e a descrição literária, pretendemos alcançar um modo de ação na clínica psicológica em que a angústia atravessa toda a base dessa prática. E pela análise das obras do filósofo e do literato pretendemos alcançar um caminho, na psicologia clínica, que escapa dos conceitos abstratos para ir ao encontro da vida. Mostramos a importância da decisão como a ruptura que se dá na atmosfera da angústia em que algo irrompe como liberdade. Trata-se da angústia como a realidade da liberdade como possibilidade para a possibilidade, como definida por Kierkegaard e apropriada pela clínica psicológica em uma perspectiva fenomenológico-existencial. A angústia, tal como apreendida na clínica psicológica, diz respeito à experiência que o estudioso da clínica existencial busca entender por meio dos estudos dessa concepção em Kierkegaard. O psicólogo clínico ao apropriar-se da compreensão de que a angústia como tonalidade afetiva abre o existente para uma relação direta com a liberdade como possibilidade para a possibilidade e, quando esse instante acontece – momento oportuno –, irrompe a possibilidade de apropriação no caminho da singularização.

 

DOI: https://doi.org/10.29327/2194248.6.1-2

Biografia do Autor

Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Psicóloga. Professora Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Departamento de Psicologia Clínica-DPC e Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social-PPGPS da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Coordenadora do Programa de Extensão UERJ pela Vida, do projeto de extensão: Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia da Existência (LAFPE) e do projeto de Iniciação Científica sobre suicídio. É bolsista produtividade – PQ2 (CNPQ). Pró-cientista da UERJ e Cientista do Nosso Estado-FAPERJ.

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Publicado

2024-03-30

Como Citar

Feijoo, A. M. L. C. de. (2024). ANGÚSTIA E LIBERDADE EM "A TERCEIRA MARGEM DO RIO". REVISTA INSTANTE, 6(1), 11–26. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/revistainstante/article/view/3286