As As discussões me dão força para seguir: Autoestima em conquista de uma professora baixa visão negra

Autores

Palavras-chave:

Capacitismo, Deficiência, Gênero, Raça

Resumo

Este artigo tem por objetivo identificar os desafios educacionais, profissionais e familiares vivenciados no cotidiano de uma professora negra baixa visão, nordestina e mãe adotiva, especialmente as barreiras e implicações frente ao capacitismo, o racismo e a desigualdade de gênero, buscando formas de superação desses entraves. Partiu-se de questões centrais: processos formativos educacionais e as implicações de barreiras nesse contexto, e dinâmicas familiares enquanto mulher negra com deficiência. Para tanto, usou-se do método qualitativo com abordagem (auto)biográfica, um processo de narrar sobre si e o outro, através do relato de experiência de uma mulher negra com deficiência, professora da educação pública. O resultado deste estudo possibilitou a percepção de que a mulher negra com deficiência vive circunstâncias de estigmas e preconceitos e tais experiências a fortalecem no sentido de fazer um enfrentamento político através da construção de redes de apoio, construídas por meio de muitas frentes e possibilitando a ressignificação de si, como no caso da colaboradora desta pesquisa.

Biografia do Autor

Adriellen Santos Aragão, Universidade Estadual de Feira de Santana

Cursando Licenciatura em História na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Atualmente é bolsista de Iniciação Científica vinculada ao projeto SER TÃO FORTE: Desenvolvimento Territorial Sustentável (CNPq/MDA/SPM-PR Nº 11/2014 - Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial - NEDET) com pesquisa intitulada "Sexualidade e raça: uma intersecção no movimento pela diversidade em Serrinha/BA". 

Cristina de Araújo Ramos Reis, Universidade do Estado do Bahia

Pessoa Baixa Visão, possui graduação em Pedagogia com Habilitação em Magistério para Deficientes Mentais na UNIMEP (2001), Especialização em Educação inclusiva na IAESB (2009); Especialização em LIBRAS UNYAHNA (2010); Especialização em Educação Especial: Formação continuada de Prof. em AEE, UFC (2011). Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Tecnológica Intercontinental - UTIC (2013). Mestre em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2018). Doutoranda no programa de doutorado em difusão do conhecimento (DMMDC) UFBA (2021). Atuou como professora visitante na Universidade do Estado da Bahia, campus XVII (2008 - 2012) e substituta no campus VIII (2014- 2018), nas áreas de Educação Especial: Língua Brasileira de Sinais e Educação Inclusiva. Autora dos livros "A Baixa Visão no meu caminho" (2015) e "Docência na Educação Superior: cego e baixa visão - múltiplos olhares" (2019). Atualmente, professora do AEE atendimento educacional especializado na SRM sala de recursos multifuncionais na Escola Municipal Senador Antônio Carlos Magalhães no Sistema Público Municipal de Salvador-BA (2021) e professora formadora em Educação Especial no Intereduc -SEDUC- Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana- BA (2019). Membro do grupo de pesquisa REDPECT sob orientação da Prof Dra Maria Inês Correa e do grupo de pesquisa Educid sob a coordenação da prof Claudia Paranhos; e do grupo de pesquisa GA&A sob coordenação Sandra Rosa.

Maria Inês Corrêa Marques, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Professora Titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Departamento de Educação II da Faculdade de Educação (FACED), professora permanente do Programa de Pós-graduação em Difusão do Conhecimento (PPGDC). Graduada em História pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado e Doutorado na Universidade Federal da Bahia, em ensino de História e História da Educação Superior, respectivamente. Realizou dois estágios de pós doutoramento o primeiro pela Universidade de Valladolid, Espanha, tratando a internacionalização da educação superior europeia. O segundo, pela Universidade do Estado da Bahia, no campo da pesquisa (auto) biográfica, memória e história, ao fim do qual produziu tese para progressão para a classe de titular. Desenvolve projeto de formação pedagógica de professores de História pela pesquisa-formação, em escolas públicas estaduais de Salvador, e de Educação em Direitos Humanos. Orienta e leciona temáticas ligadas ao ensino de História, à difusão e gestão do conhecimento, metodologia da pesquisa, análise sociocognitiva, criatividade, metodologia projetual transdisciplinar de ensino e pesquisa. É pesquisadora, líder do Grupo de Pesquisa em Conhecimento e Tecnologias - REDPECT; que reúne egressos e orientandos com pesquisas em difusão do conhecimento, educação, economia criativa, economia solidária, territórios de desenvolvimento socioeconômico. Assessora a Faculdade de Educação para Assuntos Internacionais e para Assuntos de Direitos Humanos. Criou e coordena os projetos DMMDC UFBA Capes Print.

Referências

Decreto-Lei nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. (2004, 2 de dezembro). Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm

Diniz, D. (2007). O que é deficiência. Editora Brasiliense.

Eugênio, J. & Silva, A. S. da. (2022). “Os professores não sabiam o que fazer comigo!”: reflexões interseccionais de uma mulher negra com deficiência. Educação em Revista, 23(1), 27-42. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2022.v23n1.p27

Farias, A. Q. (2017). Trajetórias educacionais de mulheres: uma leitura interseccional da deficiência. [Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal da Paraíba].

Hooks, B. (1995). Intelectuais Negras. Revista de Estudos Feministas, 3(2), p. 464-478.

https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16465

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2021). Censo Escolar: MEC.

Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm

Magalhães, R. C. B. P. (2010). A pessoa com deficiência e a crise das identidades na contemporaneidade. Cadernos de Pesquisa, 40(139), 45-61.

Meireles, M. M. (2015). Entrevista narrativa e hermenêutica de si: fonte de pesquisa (auto)biográfica e perspectivas de análises, p. 285-296. In E. C. de. Souza (Org.). (Auto)biografias e documentação narrativa: redes de pesquisa e formação. v I. Edufba.

Mello, A. G. de, & Nuernberg, A. H. (2013). Corpo, gênero e sexualidade na experiência da deficiência: algumas notas de campo. In Seminário Internacional Enlaçando Sexualidades, 3. Anais. Universidade do Estado da Bahia.

Minayo, M. C. de S. (2001). (Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. (18 ed.). Vozes.

Pacheco, K. M. B., & Alves, V. L. R. (2007). A história da deficiência, da marginalização à inclusão social: uma mudança de paradigma. Acta Fisiátrica, 14(4), 242- 248.

Paiva, J. C. M., Bendassolli, P. F., & Torres, C. C. (2015). Sentidos e significados do trabalho: Dos impedimentos às possibilidades do trabalho de pessoas com deficiências. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 15(1), 218-239.

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/16071/12091

Passeggi, M. da C., & Souza, E. C. (2017). O Movimento (Auto)Biográfico no Brasil: Esboço de suas Configurações no Campo Educacional. Investigacion Cualitativa, 2(1), 6-26.

Pereira, A. M. B. A. (2008). Viagem ao interior da sombra: deficiência, doença crónica e invisibilidade numa sociedade capacitista. [Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Programa de Mestrado e Doutoramento "Pós-Colonialismos e Cidadania Global", Faculdade de Economia, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra].

Pereira, L. B. (2013). Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e justiça: novos contornos das necessidades humanas para a proteção social dos países signatários. [Tese (Mestrado em Política Social) – Programa de Pós-Graduação em Política Social, Universidade de Brasília.

Piccolo, G. M. & Mendes, E. G. (2012). Nas pegadas da história: tracejando relações entre deficiência e sociedade. Revista Educação Especial, 25(42), p. 29-41. DOI: 10.5902/1984686X4611.

Ropoli, E. A., Mantoan, M. T. E., Santos, M. T. da C. T. dos, & Machado, R. (2010). A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; Universidade Federal do Ceará.

Ruas, A. P. F., Costa, C. G., Rodrigues, E. G., Pascon, J., Cristovão, M. A. M., Meirelles, M. C. M., & Teixeira Filho, F. S. (2009). Adoção: Gênero, cidadania e direitos humanos. Revista de Psicologia da UNESP, 8(2), p. 17-24. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/psi-53003.

Sá, E. D., Campos, I. M., & Silva, M. B. C. (2007). Deficiência visual. São Paulo: MEC/SEESP. (Coleção Atendimento Educacional Especializado).

Santana A. M. (2010). As Relações de Gênero, Sexualidade e Violência nos Processos de Separação/Divórcio. Revista dos Discentes da Pós-graduação em Ciências Sociais da UNESP. 06, 89-99. https://doi.org/10.36311/1982-8004.2010.v3n2.1235.

Secretaria de Educação Especial. (2006). Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. (2 ed.). Coordenação geral SEESP/MEC, p. 96.

Secretaria de Educação Especial. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.

Schaller, J.-J. (2002). Construir um viver junto na democracia renovada. Educação e Pesquisa, 28(02), 1-15, 2002. https://doi.org/10.1590/S1517-97022002000200011.

Souza, E. C. de (2006). O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de professores. DP&A.

Downloads

Publicado

2023-06-05

Como Citar

SANTOS ARAGÃO, A.; DE ARAÚJO RAMOS REIS, C.; CORRÊA MARQUES, M. I. As As discussões me dão força para seguir: Autoestima em conquista de uma professora baixa visão negra. REIN - REVISTA EDUCAÇÃO INCLUSIVA, Campina Grande, Brasil., v. 8, n. 2, p. 96–109, 2023. Disponível em: https://revista.uepb.edu.br/REIN/article/view/1627. Acesso em: 21 dez. 2024.