LITERATURAS INFANTO-JUVENIS NEGRA-BRASILEIRA E INDÍGENA COMO PRÁTICA INCLUSIVA E ANTIRRACISTA NAS INFÂNCIAS
Palavras-chave:
Antirracismo, Literatura, Afro-brasileiros, IndígenasResumo
Historicamente o racismo configurou-se com inúmeras interfaces evidenciadas nas esferas da sociedade, principalmente no ambiente escolar, com a invisibilidades ou os estudos de maneira subalternizada dos povos afro-brasileiros e indígenas. Este artigo objetiva discutir a importância das narrativas literárias infantojuvenis negras e indígenas na sociedade brasileira na construção, reconhecimento e representatividade identitária, bem como na prática inclusiva e antirracista nas diferentes infâncias e na valorização da cultura e história dos povos originários e negros presentes na diversidade multicultural e pluriétnica do país. A literatura infantojuvenil na perspectiva antirracista visa abordar, de forma criativa, temáticas que favoreçam discussões sobre cosmovisões afro-indígenas no combate ao racismo dentro/fora do contexto escolar. Para tanto, buscamos subsídios no aporte teórico e documental em Candau (2011), para dialogar sobre educação multicultural e intercultural, Hall (2006), para dialogar sobre a identidade cultural, Munduruku (2019) e Cuti (2010), Sarmento e Pinto (1997). Compreendemos que a literatura infantojuvenil afro-brasileira e indígena, tecida por escritores negros brasileiros e indígenas, pode combater o racismo e ressignificar as identidades nas diferentes infâncias, como prática inclusiva intercultural.
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