GÊNERO E COTIDIANO ESCOLAR: O SILÊNCIO E A FALA DE QUEM SOFRE E DE QUEM ESCUTA
Palavras-chave:
Estudos de Gênero, Diversidade Sexual, Experiência, EducadoresResumo
O espaço escolar é o cenário onde as relações se imbricam, posto que são polissêmicas e conflitantes, mesmo que existam resistências nem sempre democráticas e igualitárias. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar como gênero e diversidade sexual são abordados nas práticas cotidianas de professores(as) de escolas estaduais de Campina Grande. A problemática a esta questão está em questionar e discutir como as normas hierárquicas da sexualidade se mascaram em consequência da articulação dos dispositivos de controle que visam alinhar as políticas públicas educacionais, inferindo diretamente sobre o que se deve ou não ensinar. Para isso, conta com o silenciamento de muitos(as) dos sujeitos(as) na escola. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, na qual buscamos o diálogo com as fontes orais (Alberti, 2004), com o uso de entrevista. A perspectiva teórica na pesquisa versa por Butler (2003; 2022) sobre a relação corpo e gênero, assim como, Louro (2002a; 2002b) nas práticas educacionais e como estas experiências são atribuídas de sentido (Larrosa, 2002). Verificamos por meios dos relatos que no espaço escolar, a vivência não se encerra com o som da sirene que indica o final das aulas, pois muitos(as) profissionais elastecem suas vivências, mesmo que de forma isolada, no sentido de poder combater práticas excludentes e LGBTfóbicas.
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