GÊNERO E COTIDIANO ESCOLAR: O SILÊNCIO E A FALA DE QUEM SOFRE E DE QUEM ESCUTA

Autores

Palavras-chave:

Estudos de Gênero, Diversidade Sexual, Experiência, Educadores

Resumo

O espaço escolar é o cenário onde as relações se imbricam, posto que são polissêmicas e conflitantes, mesmo que existam resistências nem sempre democráticas e igualitárias. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar como gênero e diversidade sexual são abordados nas práticas cotidianas de professores(as) de escolas estaduais de Campina Grande. A problemática a esta questão está em questionar e discutir como as normas hierárquicas da sexualidade se mascaram em consequência da articulação dos dispositivos de controle que visam alinhar as políticas públicas educacionais, inferindo diretamente sobre o que se deve ou não ensinar. Para isso, conta com o silenciamento de muitos(as) dos sujeitos(as) na escola. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, na qual buscamos o diálogo com as fontes orais (Alberti, 2004), com o uso de entrevista. A perspectiva teórica na pesquisa versa por Butler (2003; 2022) sobre a relação corpo e gênero, assim como, Louro (2002a; 2002b) nas práticas educacionais e como estas experiências são atribuídas de sentido (Larrosa, 2002). Verificamos por meios dos relatos que no espaço escolar, a vivência não se encerra com o som da sirene que indica o final das aulas, pois muitos(as) profissionais elastecem suas vivências, mesmo que de forma isolada, no sentido de poder combater práticas excludentes e LGBTfóbicas.

Biografia do Autor

Liliann Rose Pereira de Freitas, Universidade Federal de Campina Grande

Mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Especialista em História do Brasil pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Professora da Educação básica da Rede Estadual de Ensino da Paraíba e do Município de Pocinhos/PB. Atualmente desenvolve pesquisa na área de História Cultural com ênfase nos estudos de Gênero e Educação.

Rosilene Dias Montenegro, Universidade Federal de Campina Grande

Professora Titular em História na Universidade Federal de Campina Grande. Tem Pós-Doutorado em Dinâmicas territoriais do desenvolvimento e regionalizações pelo PPGEO/UFPE (2020). Atua no curso de Graduação em História e na Pós-graduação em História da UFCG. Tem experiência na área de História do Brasil República, com ênfase nos temas: memória, história oral, História da ciência e tecnologia, estudos de gênero, políticas públicas e desenvolvimento.

Fábio Ronaldo da Silva, Universidade Federal de Campina Grande

Pós-doutorado em História pelo PPGH/UFCG. Doutor em História pelo PPGH/UFPE. Professor colaborador da Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Realiza pesquisa nas áreas de Comunicação e História, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos de gênero, sexualidades, velhices, imprensa homoerótica, homossexualidades, imagem, cinema, história oral, arquivo jornalístico, memória, novas tecnologias da informação.

Referências

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Publicado

2025-01-04

Como Citar

ROSE PEREIRA DE FREITAS, L.; DIAS MONTENEGRO, R.; RONALDO DA SILVA, F. GÊNERO E COTIDIANO ESCOLAR: O SILÊNCIO E A FALA DE QUEM SOFRE E DE QUEM ESCUTA. REIN - REVISTA EDUCAÇÃO INCLUSIVA, Campina Grande, Brasil., v. 10, n. 1, p. 19–42, 2025. Disponível em: https://revista.uepb.edu.br/REIN/article/view/4201. Acesso em: 6 jan. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ - “Da barbárie e esgarçamento da democracia à urgente inclusão de políticas igualitárias”.