PAULO FREIRE E A EXPERIÊNCIA DE ANGICOS/RN: DEMOCRATIZANDO O SABER/CONHECIMENTO EM 40 HORAS
Palavras-chave:
“40 Horas de Angicos/RN”, Democracia, Alfabetização, Pedagogia FreirianaResumo
O artigo discute a experiência educacional denominada “40 Horas” de Angicos/RN”, projeto piloto originado no âmbito da política educacional estadual, que teve por lócus a cidade de Angicos/RN, em 1963. Teve por orientação pedagógica os princípios democráticos da Pedagogia Freiriana em que a “leitura da palavra estava articulada à leitura do mundo” (Freire, 2011). Tal proposta educacional tornou a alfabetização elemento democrático de acesso ao conhecimento e transformação da realidade. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a experiência educacional “40 Horas de Angicos/RN”, no viés do direito igualitário à educação, discutindo a proposta pedagógica e as memórias da alfabetização, como subsídios do direito à memória e à democracia. A perspectiva de análise fundamentou-se na teoria da Memória, compreendendo-a como forma de resistência e rememoração. Já a metodologia contemplou a pesquisa bibliográfica e documental, em autores como Freire (1967, 2011), Lyra (1996), relatórios de pesquisa, apoiando-se nos estudos sobre a Memória, em Le Goff (2012), Halbwachs (2006), entre outros. As categorias de análise abarcaram a alfabetização como representação democrática, tutelada pelo direito à memória educacional e à resistência. Os resultados do estudo apontam a experiência “40 Horas de Angicos/RN” como marco representativo da democratização do direito de jovens e adultos à alfabetização, constituindo-se como direito de todos à educação, fazendo-se necessário, para a História da Educação Brasileira, sua rememoração.
Referências
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