HOBBES E ROUSSEAU CONTRA "BEHEMOTH"

Autores

  • Cristiano de Almeida Correia UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Palavras-chave:

Rousseau, Hobbes, Relações Internacionais, Guerra, Modernidade

Resumo

 Desde a antiguidade, preocupações em torno da origem, importância e função da guerra já eram objeto de estudo e controvérsia. Heráclito e Empédocles, por exemplo, atribuíam valor cósmico ao conflito, tratando-o como fator dominante na economia do universo. O primeiro entendia a guerra como mãe e rainha de todas as coisas, afirmando que é a partir dela que tudo é gerado e destruído; o segundo a caracterizava como uma força agindo continuamente na dissolução de elementos constitutivos do mundo. Tucídides e Xenofonte, mais adiante, posicionaram-na como um acontecimento ligado à vida humana, à história das sociedades. Já Platão, em A República, preocupou-se em buscar a origem do movimento que levava à guerra. Nesse sentido, asseverou que as paixões humanas seriam responsáveis por tal mal, acrescentando uma reflexão sobre a natureza humana ao debate. A análise parte da investigação do homem e sua natureza até chegar à história das sociedades. É esse fio interpretativo que alguns pensadores pós Renascimento irão percorrer na tarefa de construir uma bellum doctrina. Para este trabalho, nos debruçaremos em dois deles: Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. Fazendo um estudo comparativo, cujo recorte temporal é a Modernidade, buscaremos expor de que maneira o tema da guerra surge e se desenvolve no interior de algumas das principais obras políticas dos dois autores: De Cive e Behemoth ou o longo parlamento, de Hobbes e Instituições Políticas de Rousseau. Pontuando divergências e convergências entre seus pensamentos, nossa intenção é tentar compreender a problemática e suscitar reflexões acerca de uma realidade a qual estamos inescapavelmente submetidos: uma existência continuamente ameaçada pela violência.

 

Biografia do Autor

Cristiano de Almeida Correia, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Doutorando em Filosofia pela UFS – Universidade Federal de Sergipe, sob orientação do Prof. Dr. Evaldo Becker. Mestre em Filosofia pela UFS. Graduado em Filosofia Licenciatura pela UFS. É membro da Associação de Estudos da Defesa – ABED. É membro do GT Rousseau e o Iluminismo da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF). Tem como linha de pesquisa Rousseau e as Relações Internacionais na Modernidade sob orientação do Prof. Dr. Evaldo Becker.

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Publicado

2023-06-25

Como Citar

de Almeida Correia, C. (2023). HOBBES E ROUSSEAU CONTRA "BEHEMOTH". REVISTA INSTANTE, 5(1), 167–186. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/revistainstante/article/view/1420

Edição

Seção

Artigos