A APORIA MARXIANA ACERCA DA QUESTÃO DO TRABALHO COMO CATEGORIA FUNDANTE DO SER SOCIAL

Autores

  • Rondnelly Diniz Leite Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG

Palavras-chave:

Marx. Trabalho. Modernidade. Razão.

Resumo

Este artigo pretende mostrar que, ao conceber a categoria trabalho como fundamento do ser social, Marx se deixa apanhar por uma aporia. Esse impasse se expressa na medida em que o filósofo compreende o trabalho como princípio vinculante capaz de estabelecer o liame entre ação política e produção social. Nesse sentido, seu pensamento coloca-se em sintonia com a nova  ideia de razão (poiética) que caracteriza tanto a modernidade quanto a contemporaneidade. Em outros termos, o filósofo submete a liberdade humana aos ditames da racionalidade fabricadora do aparecer. Por isso, neste trabalho, procuraremos analisar o fato de quê, ao alinhar produção social à ação política por meio da categoria trabalho, Marx não consegue superar o desequilíbrio gerado a partir da modernidade na unidade fundamental da razão humana. Desequilíbrio que compromete seu projeto filosófico para a emancipação humana.

Biografia do Autor

Rondnelly Diniz Leite, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG

Mestre em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e Doutor em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professor do Departamento de Ciências Sociais e Filosofia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).

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Publicado

2023-06-25

Como Citar

Diniz Leite, R. (2023). A APORIA MARXIANA ACERCA DA QUESTÃO DO TRABALHO COMO CATEGORIA FUNDANTE DO SER SOCIAL. REVISTA INSTANTE, 5(1), 65–83. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/revistainstante/article/view/1730

Edição

Seção

Artigos