O MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÃO:

O INDIVÍDUO SCHOPENHAUERIANO E SUA RELAÇÃO ÉTICA COM O UNIVERSO

Autores

  • Ermano Rodrigues Nascimento Universidade Católica de Pernambuco
  • Evson Ferreira dos Santos Universidade Católica de Pernambuco

Palavras-chave:

Schopenhauer. Vontade. Mundo. Representação. Compaixão.

Resumo

Nossa reflexão, aqui desenvolvida, visa analisar os conceitos de representação e vontade em Arthur Schopenhauer (1788-1860), baseando-se na obra “O Mundo como Vontade e como Representação”, tomos I e II do filósofo em questão, e a contribuição de outros pensadores acerca da referida obra. Schopenhauer trabalha a relação sujeito – sua interpretação e sua interferência – e objeto no mundo enquanto discurso desse mesmo sujeito. Neste intuito, analisamos como a teoria do filósofo se mostra de forma prática no cotidiano do indivíduo. Constatamos que a vontade não é mera faculdade do indivíduo, mas uma instância atuante e dominante em todo ser, de forma que ela é considerada pelo pensador como essência do mundo e causa de sofrimento e insatisfação, deixando o indivíduo insaciável; esse mesmo mundo é pura representação do sujeito pensante. Schopenhauer foi bastante influenciado pela filosofia kantiana, entre outros, e teorizou sobre a “coisa em si” (noumenon) e o “fenômeno” (aparição) de forma profunda e abrangente. Ressaltamos, contudo, a importância do corpo na construção desse filosofar, sem o qual a representação e a vontade não seriam concretizadas. Além do mais, a exposição da ética schopenhaueriana é também visitada nesta reflexão, pois, ela ocupa em espaço de destaque no confronto contra o egoísmo presente em todas as épocas. Eis aí uma metafísica imanente, a compaixão, o verdadeiro fundamento da moral.   

 

Biografia do Autor

Ermano Rodrigues Nascimento, Universidade Católica de Pernambuco

Graduado em Filosofia (Licenciatura) pela Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP. Mestrado em Filosofia Social e Política pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE e Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade do Porto-UPORTO, Portugal. Atualmente, é Professor Adjunto I da Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando no Mestrado e na Graduação de Filosofia da UNICAP principalmente nos seguintes temas: Bioética, Saúde Pública, Educação, Cidadania, Ética e Sociedade, Estado, Democracia. Membro do Comitê de Ética da Universidade. Editor Adjunto (Coordenador) da revista Ágora Filosófica.

Evson Ferreira dos Santos, Universidade Católica de Pernambuco

Graduado em Filosofia (Bacharelado) pela Faculdade Católica de Fortaleza-FCF. Mestrando em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP. Atualmente, participa do Grupo de Pesquisa em Bioética-UNICAP. Profissionalmente, atua como Psicanalista em Recife.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

BARBOSA, Jair. Schopenhauer: a decifração do enigma do mundo. São Paulo: Paulus, 2015. Coleção Como Ler Filosofia.

CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4. ed. rev. pela nova ortografia. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.

DEBONA, Vilmar. Schopenhauer. São Paulo: Ideias e Letras, 2019.

FREUD, Sigmund. História de uma neurose infantil: (“o homem dos lobos”): além do princípio do prazer e outros textos (1917-1920). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

GOLDIM, José Roberto. Compaixão, simpatia e empatia. 2006. Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/compaix.htm. Acesso em: 7 mar. 2023.

KANT. Immanuel. Crítica da razão pura. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. (Coleção pensamento Humano).

LAPLANCHE, Jean. Vocabulário de psicanálise. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

PASCAL, Blaise. Pensamentos: vida e obras. São Paulo: Nova Cultural, 2005.

ROGER, Alain. Vocabulário de Schopenhauer. São Paulo: Martins Fontes, 2013. (Coleção Vocabulário do Filósofos).

SCHOPENHAUER, Arthur. As dores do mundo: o amor, a morte, a arte, a moral, a religião, a política, o homem e a sociedade. Tradução de José Souza de Oliveira. São Paulo: EDIPRO, 2014.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica do belo. Tradução de Jair Barbosa. São Paulo: Unesp, 2003.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como vontade e representação. Tomo I. Tradução, apresentação, notas e índices de Jair Barbosa. São Paulo: Unesp, 2015.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como vontade e representação. Tomo II. Tradução, apresentação, notas e índices de Jair Barbosa. São Paulo: Unesp, 2015.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a quadrúplice raiz do princípio de razão suficiente. Tradução de Oswaldo Giacoia Junior e Gabriel Valladão Silva. Campinas: Unicamp, 2020.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a liberdade da vontade. Tradução de Lucas Lazarini Valente e Eli Vagner Francisco Rodrigues. São Paulo: Unesp, 2021.

SIMMEL, Georg. Schopenhauer e Nietzsche. Tradução de César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.

SPINOZA, Benedictus de. Ética. 3. ed. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

Downloads

Publicado

2023-06-25

Como Citar

Nascimento, E. R., & Ferreira dos Santos, E. (2023). O MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÃO:: O INDIVÍDUO SCHOPENHAUERIANO E SUA RELAÇÃO ÉTICA COM O UNIVERSO. REVISTA INSTANTE, 5(1), 187–204. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/revistainstante/article/view/1739

Edição

Seção

Artigos