IMPLICAÇÕES DAS CONCEPÇÕES DO HUMANO E DA NATUREZA NAS POLÍTICAS AMBIENTAIS
Resumo
Este artigo busca analisar a função da produção de subjetividade nas políticas ambientais, indicando o alcance econômico, social e ambiental de operações simbólicas. Serão abordadas duas perspectivas divergentes, traçadas a partir da comparação proposta por Bruno Latour entre Galileu Galilei e James Lovelock. Por um lado, o realismo capitalista, apresentado segundo Fisher e contextualizado por Quijano, Grosfoguel, Deleuze e Guattari, em que uma noção de individualidade cindida tanto do meio ambiente quanto da sociedade induz à objetificação de recursos naturais e humanos. Por outro lado, o Bem viver, apresentado segundo Acosta e contextualizada por Guattari, Danowski e Castro, em que a interdependência torna qualquer processo natural em legítimo sujeito político, como propõem a teoria Gaia e o antropomorfismo ameríndio. A comparação de tais perspectivas revela como o modo de operação conceitual altera os elementos em questão. A bifurcação da natureza, origem da primeira perspectiva, é ultrapassada por recentes avanços científicos, como o acoplamento estrutural da mente corporificada, cerne da segunda perspectiva, requerendo uma revisão paradigmática da economia em prol do benefício sistêmico.
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