O IMPERATIVO CATEGÓRICO (IC) KANTIANO E SUAS FÓRMULAS:
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE FUL E FH
Palavras-chave:
Razão Prática. Vontade livre. Imperativo Categórico. Boa vontade. Teoria do Valor.Resumo
O intuito deste artigo consiste em analisar o mandamento do dever, a saber, o Imperativo Categórico (IC) a partir das principais fórmulas utilizadas por Kant para sua exposição. De modo particular, consideraremos a “Fórmula da Lei Universal” (FUL) (e sua variante, a “Fórmula da Lei da Natureza” (FLN)) e a “Fórmula da Humanidade” (FH). Dadas as diferenças entre elas, e não obstante, a relação de proximidade necessária, propomos estabelecer uma discussão entre ambas a fim de evidenciar a importância de compreender, na totalidade de seus elementos, os princípios subjacentes ao mandamento do dever, expressão da lei fundamental prática pura. Minha hipótese é que tal investigação será possível a partir da utilização de três recursos. São eles: o “teste da universalização das máximas”, a análise das contradições permitidas por FUL e FLN, e a “teoria do valor”. Quanto à divisão do artigo, enquanto na primeira parte realizaremos uma exposição das Primeira e Terceira Seções da Grundlegung (GMS1 e GMS3, respectivamente) para oferecer ao leitor uma base para as análises posteriores, a segunda parte buscará o alcance do objetivo final desta pesquisa – descrito anteriormente. Espera-se demonstrar, com isso, a necessidade de uma leitura atenta e pontual ao pensamento kantiano, estabelecendo relações entre conceitos, obras e ideias, e evidenciando o papel do IC na arquitetônica de sua razão prática.
Referências
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