Discurso, poder e subjetividade na sociedade do cansaço: um estudo de tiras cômicas da série Viver dói, de Fabiane Langona

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/256399.12.1-8

Palavras-chave:

Discurso. , Sujeito. , Sociedade do cansaço. , Tiras cômicas

Resumo

O estudo se propõe a analisar os discursos que circulam em tiras cômicas da série Viver dói, de Fabiane Langona, visando compreender o funcionamento das relações de poder e a construção da subjetividade na crítica empreendida acerca da sociedade do cansaço. Para tanto, toma como aporte investigativo as reflexões de Han (2015) acerca da sociedade do cansaço, os apontamentos de Foucault (1995; 2010) a respeito do enunciado, do discurso e do sujeito e as discussões de Ramos (2011) e Possenti (2010) sobre o gênero tira cômica e o humor como sob um prisma discursivo, respectivamente. As tiras discursivizam subjetividades angustiadas, as quais são forjadas no âmbito de relações de poder inscritas no sistema neoliberal.

Biografia do Autor

Thâmara Soares de Moura, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Doutoranda em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. 

Patrícia Diógenes de Melo Brunet, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Doutoranda em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). 

Francisco Vieira da Silva, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Doutor em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Docente da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

Referências

ALVARENGA, R.; DIAS, M. K. Epidemia de drogas psiquiátricas: tipologias de uso na sociedade do cansaço, Psicol. Soc. Belo Horizonte, v. 33, p. 1-15, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/dGQxFtnrJ4cdrwv- DzMnpwjc/?format=pdf&lang=ptAcesso em: 24 dez. 2022.

BERNARDO, A. Burnout: problema é reconhecido pela OMS e faz cada vez mais vítimas. Veja, São Paulo, 2022. Disponível em: https://saude.abril. com.br/mente-saudavel/burnout-e-reconhecido-pela-oms/. Acesso em: 23 dez. 2022.

BRASIL. Saúde Mental: na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão, Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/ saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/na-america-latina-brasil-e-o- pais-com-maior-prevalencia-de-depressao. Acesso em: 25 dez. 2022.

CABAU, P. Procrastinar experiência: o incumprimento como resistência, Cadernos PAR, [s. l.] n. 8, p. 11-25, 2022. Disponível em: https://iconline.ipleiria.pt/bitstream/10400.8/7434/5/Revista%20PAR%20 N%c2%ba8%20-%20Artigo%2001_Final_DOI.pdf

CABANAS, E.; ILLOUZ, E. Happycracia: fabricando cidadãos felizes. Trad. Humberto do Amara. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

CASTELIONI, F. R. P. Viver dói: contribuições dos quadrinhos de Chiquinha na formação do leitor responsivo. 121 f. 2020. Dissertação (Mestrado Pro- fissional em Letras) – Programa de Mestrado Profissional em Letras (PRO- FLETRAS) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo: Vitória, 2020.

CRARY, J. 24/7 – capitalismo tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Ubu Editora, 2016.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaios sobre a sociedade neoliberal. Trad. Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.

EAGLETON, Terry. Humor: o papel fundamental do riso na cultura. Trad. Alessandra Bonrruquer. Rio de Janeiro: Record, 2020.

EHRENBERG, A. O culto da performance: da aventura empreendedora à depressão nervosa. 2. ed. São Paulo: Ideias & Letras, 2010.

FONSECA, M. A. Foucault e a constituição do sujeito. São Paulo: EDUC, 2011.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Trad. Roberto Cabral de Melo Carvalho e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2002.

FOUCAULT, M. Ditos e Escritos II: Arqueologia das Ciências Humanas e história dos sistemas de pensamento. Trad. Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008a.

FOUCAULT, M. O nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France: (1978-1979). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

GIGLIOTTI, A. O acelerador de voz do WhatsApp e a nossa dificuldade de escutar, VejaRio, Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://vejario.abril. com.br/coluna/manual-de-sobrevivencia-no-seculo-21/acelerador-de-voz- whatsapp-dificuldade-de-escutar/. Acesso em: 25 dez. 2022.

HAN, B. C. Sociedade do cansaço. Trad. Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

HAN, B. C. No enxame: perspectivas do digital. Trad. Lucas Machado. Petró- polis, RJ: Vozes, 2018a.

HAN, B. C. Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Trad. Maurício Liesen. Belo Horizonte: Âyiné, 2018b.

MOSCATO, Marcelo. Tempo é Dinheiro: como surgiu a frase e significado. Como surgiu a frase e significado. 2022. Disponível em: https://blog. alboompro.com/tempo-e-dinheiro/. Acesso em: 21 jan. 2023.

NAVARRO, P.; SARGENTINI, V. Por uma arquegenealogia dos estudos discursivos foucaultianos no Brasil – cartografias: entrevista com Maria do Rosário Gregolin, Revista da Anpoll, v. 53, n. 2, p. 20-40, 2022. Disponível em: https://revistadaanpoll.emnuvens.com.br/revista/article/view/1777. Acesso em: 20 set. 2022.

NEGRI, A. Biocapitalismo. Trad. Maria Paula G. Ribeiro. São Paulo: Ilumi- nuras, 2015.

POSSENTI, S. Humor, língua e discurso. São Paulo: Contexto, 2010.

R7. OMS: 129 milhões de pessoas no mundo desenvolveram depressão ou ansiedade em um ano. 2022. Disponível em: https://noticias.r7.com/saude/ oms-129-milhoes-de-pessoas-no-mundo-desenvolveram-depressao-ou- ansiedade-em-um-ano-17062022. Acesso em: 20 dez. 2022.

RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert. Foucault: uma trajetória filosófica para além do estruturalismo e da hermenêutica. Trad. Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 231-250.

RAMOS, P. Faces do humor: uma aproximação entre piadas e tiras. Campinas, SP: Zarabatana Books, 2011.

RIBEIRO, S. O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SIBILIA, P.; GALINDO, M. A. Correndo para não perder nada: temporalidade ansiosa e a frustração do (i)limitado. Civitas, v. 21, n. 2, p. 203-213, maio-ago. 2021.

VARGAS, H. Música e humor na canção brasileira. In: SANTOS, R. E.; ROS- SETTI, R. (Orgs.). Humor e riso na cultura midiática: variações e permanências. São Paulo: Paulinas, 2017. p. 175-193.

Reprodução da obra “At the first clear word” (1923) de Max Ernest

Downloads

Publicado

14.04.2023

Como Citar

Soares de Moura, T., Diógenes de Melo Brunet, P., & Vieira da Silva, F. (2023). Discurso, poder e subjetividade na sociedade do cansaço: um estudo de tiras cômicas da série Viver dói, de Fabiane Langona . DISCURSIVIDADES, 12(1), e1212310. https://doi.org/10.29327/256399.12.1-8

Edição

v. 12 n. 1: 2023 (jan-jun) Discursividades

Seção

Artigos

Categorias

Licença

Copyright (c) 2023 Thâmara Soares de Moura; Patrícia Diógenes de Melo Brunet; Francisco Vieira da Silva

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution 4.0 International Public License (CC BY 4.0) que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.

b) A revista Discursividades oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.