O discurso da felicidade como tática biopolítica na revista SuperInteressante

Autores

  • Regina Baracuhy Universidade Federal da Paraíba
  • Kamila Nogueira UFPB

Palavras-chave:

Discurso da felicidade, Análise do discurso, Biopolítica

Resumo

Este trabalho tem como objetivo central analisar o discurso da feli- cidade como prática biopolítica, a fim de verificar, através da normatividade, como se governa a conduta do corpo social, explicitando como o controle da vida da população é exercido a partir dos mecanismos estratégicos de saber/ poder. Utilizaremos como embasamento teórico, a Análise do Discurso com as contribuições de Michel Foucault, no que concerne à genealogia do poder, trazendo a possibilidade de discutir as relações entre os discursos, os sujeitos, a História e os poderes na sociedade. Metodologicamente, utilizamos uma teoria des- critivo-interpretativa para análise das materialidades sincréticas do discur- so em pauta, trazendo como indispensáveis não somente a estrutura, mas a dimensão sócio-histórica que a constitui. Nosso corpus é composto por uma capa da revista SuperInteressante, bem como a sua matéria, cuja análise será subsidiada por noções como sujeito, controle, biopolítica, dentre outras. Destacamos que a felicidade tornou-se uma necessidade, um imperativo em nossa sociedade, ao ponto de o sujeito triste ser excluído dela. Sendo assim, a tristeza torna-se algo anormal a ser imediatamente afastado do cotidiano para que, dessa forma, o sujeito possa atender a fins produtivos no meio so- cial e se ordene em função de seus reclamos.

Biografia do Autor

Regina Baracuhy, Universidade Federal da Paraíba

Professora Doutora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Kamila Nogueira, UFPB

Mestra no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Referências

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BAUMAN, Zygmunt. A arte da vida. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

BIRMAN, Joel. Muitas felicidade?! O imperativo de ser Feliz na contempora- neidade. In: FREIRE FILHO, João. (Orgs.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010, p. 27-47.

CHAUÍ, Marilena. Heidegger, vida e obra. In: Prefácio. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

CAPONI, Sandra. Viver e deixar morrer: biopolítica, risco e gestão das de- sigualdades. In: NALLI, Marcos; MANSANO, Sonia Regina Vargas. (Orgs.). Michel Foucault: desdobramentos. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2016, p. 229-246.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. São Paulo: Martins

Fontes, 2009.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. 22. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2012. 74 p.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 40. ed. Tradu- ção de Raquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012a.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. 8a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. São Paulo: Paz e terra, 2014.

FREIRE FILHO, João. A felicidade na era de sua reprodutibilidade científica: construindo “pessoas cronicamente felizes”. In: FREIRE FILHO, João. (Orgs.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010, p.49-82.

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis, 1989.

MEDEIROS, C. S. O conceito de felicidade na mídia e o estímulo ao consumo permanente: a felicidade não tem preço? Famecos/PUCRS, Porto Alegre, n. 21, p. 35-42, 2009.

Downloads

Publicado

01.03.2018

Como Citar

Baracuhy, R., & Nogueira, K. . (2018). O discurso da felicidade como tática biopolítica na revista SuperInteressante. DISCURSIVIDADES, 2(1), 76–96. Recuperado de https://revista.uepb.edu.br/REDISC/article/view/882