Os estudos diacrônicos na formação do professos de Letras-Português
Palavras-chave:
diacronia, Ensino de Língua Portuguesa, latimResumo
Os estudos linguísticos diacrônicos são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem da língua materna. A ausência da abordagem histórica pode prejudicar ou limitar a análise do fato linguístico e ser a causa de uma insuficiência na formação dos professores da área. A historicidade do ensino do latim no Brasil, da implantação ao declínio, nas matrizes curriculares nacionais, auxilia na compreensão da urgência de sua valorização como requisito para a eficácia dos estudos diacrônicos nas grades curriculares dos cursos de Letras. Este artigo objetiva evidenciar a presença do latim no português através da análise de étimos latinos pré-selecionados. A pesquisa bibliográfica aplicada à análise do corpus baseia-se no alinhamento teórico entre a linguística histórica e a sociolinguística, levando-se em deferência a abundância da variação lexical, encontrada em qualquer língua viva. Para a consecução do objetivo proposto, fez-se necessário estabelecer o percurso histórico de cada léxico, tendo como ponto de partida o étimo latino, fomentador de um grupo de vocábulos vinculados a campos semânticos específicos, a fim de atestar primeiro a grafia de determinados vocábulos padrões e segundo a legitimidade de formas não-padrões. Emprega-se, para os esclarecimentos de tais questões, as contribuições de Viaro (2013), Bagno (2022), Ilari e Basso (2012), entre outros.
Referências
AMARANTE, J. O latim no Brasil após a segunda metade do século XX e a emergência de novos materiais didáticos. In: CRAVO, C.; MARQUES, S. (coords.) O ensino das línguas clássicas: reflexões e experiências didáticas. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra; São Paulo: Annablume, 2017.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 15. ed. São Paulo: Contexto, 2006.
_____. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2022.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos. Porto/PT: editora Porto, 1978.
ECO, Umberto. A busca da língua perfeita na cultura europeia. Tradução de Antonio Angonese. São Paulo: Unesp, 2018.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O Português da Gente: a língua que estudamos e a língua que falamos. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2006.
LÓPEZ, Emilio Mira. Como estudar e como aprender. Tradução de Felipe Denarti. Campinas, SP: 2020.
MACHADO FILHO, Américo Venâncio Lopes. Novo dicionário do português arcaico ou medieval. 2.ed. Independently published, 2019.
MAGNE, Augusto. Boosco Deleitoso. Ed. Crítica. Rio de Janeiro: INL, 1950.
MALER, Bertil. Orto do Esposo. Texto inédito do fim do século XIV ou começo do XV. Edição crítica com introdução, anotações e glossário. Rio de Janeiro: INL, 1956.
MARTELOTTA, Mário Eduardo. Mudança linguística: uma abordagem baseada no uso. São Paulo: Cortez, 2011.
PRATA, Patrícia & FORTES, Fábio (orgs). O Latim Hoje. Reflexões sobre cultura clássica e ensino. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2015.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Apresentação de Carlos Faraco. Tradução, notas e posfácio de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2021.
VIARO, Mário Eduardo. Manual de Etimologia do Português. 2 ed. São Paulo: Globo Livros, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2024 Rinaldo Brandão
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution 4.0 International Public License (CC BY 4.0) que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
b) A revista Discursividades oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.