Os conflitos vivenciados no contexto do Programa de Residência Pedagógica/Letras-Português: as revelações de residentes sobre as primeiras experiências docentes
DOI:
https://doi.org/10.29327/256399.15.2-3Palavras-chave:
Conflitos. Programa de Residência Pedagógica. Formação Inicial. Linguística Aplicada.Resumo
Programas voltados à formação inicial de professores, como o Programa de Residência Pedagógica (PRP), surgem para fortalecer a atuação dos futuros docentes (Brasil, 2002). Neste cenário, o presente artigo pretende analisar os conflitos vivenciados por dois residentes, ao refletirem, em um relato de experiência, sobre suas primeiras experiências, atuando em uma turma de educação básica. Especificamente, pretende-se: investigar os conflitos estabelecidos entre o eu (residentes) com o outro (alunos e professoras) e com o objeto (ensino de língua portuguesa e tempo reduzido das aulas); e avaliar os aspectos da sobrevivência e da descoberta (Huberman, 1995), que envolvem o início de carreira, no PRP/Letras-Português. O suporte teórico para essa discussão, de natureza qualitativo-interpretativa (André, 2013), foi amparado: na Linguística Aplicada (LA) (Moita Lopes, 2009); nos anos iniciais na docência (Huberman,(1995); e nos conflitos que envolvem o trabalho (Clot,1999; 2010; Cristóvão; Fogaça, 2008). A análise revelou que: nos conflitos com o outro, os residentes sobreviveram à pouca interação dos alunos da turma, porém descobriram, pelos os feedbacks das professoras, que ser professor vai além de dar aulas; e, nos conflitos com o objeto, perceberam que precisavam aprofundar os conhecimentos gramaticais e adaptar os planejamentos ao tempo reduzida das aulas, na escola
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